A produção da indústria nacional surpreendeu o mercado e interrompeu cinco meses de queda seguida, avançado 0,7% em julho, frente ao mês anterior, na série livre de influências sazonais (temporárias), segundo dados divulgados nesta terça-feira (2) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O crescimento de junho para julho foi verificado em três das quatro grandes categorias econômicas e em 20 dos 24 ramos pesquisados. Entre as atividades, as principais influências positivas ocorreram em equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (44,1%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (8,5%).
O maio aumento foi no grupo produtos de informática e eletrônicos, que teve a maior expansão desde o início da série histórica e interrompeu quatro meses consecutivos de taxas negativas, que acumularam redução de -38,1%. Já o setor de veículos automotores eliminou parte da perda de 18,1% acumulada nos meses de maio e junho.
Avanços e quedas
Outras contribuições positivas importantes vieram dos ramos de outros equipamentos de transporte (31,3%), máquinas e equipamentos (7,0%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (13,1%), outros produtos químicos (2,4%), confecção de artigos de vestuário e acessórios (8,6%), produtos farmacêuticos e farmoquímicos (5,0%), produtos têxteis (5,9%), produtos de minerais não-metálicos (2,5%) e indústrias extrativas (1,1%).
Com exceção do último setor que mostrou taxa positiva pelo quinto mês seguido, as demais atividades apontaram resultados negativos em junho. Entre os quatro ramos que reduziram a produção nesse mês, os desempenhos de maior importância para a média global foram registrados por produtos alimentícios (-6,3%) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-2,6%). O primeiro setor interrompeu três meses de crescimento na produção, período em que acumulou expansão de 6,9%, e o segundo eliminou parte do avanço de 6,5% alcançado no mês anterior.
Bens duráveis têm avanço expressivo
Entre as grandes categorias econômicas, ainda na comparação com o mês imediatamente anterior, bens de consumo duráveis, ao avançar 20,3%, assinalou a expansão mais acentuada nesse mês e interrompeu quatro meses consecutivos de taxas negativas, período em que acumulou perda de 30,9%.
O segmento de bens de capital (16,7%) reverteu quatro meses seguidos de queda na produção, com perda acumulada de 19,2% nesse período. O setor produtor de bens de consumo semi e não-duráveis (0,7%), que também apontou resultado positivo nesse mês, repetiu o índice do total da indústria (0,7%), e eliminou parte do recuo de 1,4% registrado no mês anterior.
O segmento de bens intermediários (-0,3%) assinalou a única taxa negativa em julho de 2014 e marcou o quarto mês seguido de queda na produção, acumulando nesse período redução de 1,6%.
Taxa anualizada
No ano, a indústria teve cinco meses seguidos de resultados negativos, período que foi interrompido neste mas e que acumulou perda (-3,5%). Na série sem ajuste sazonal, no confronto com igual mês do ano anterior, o total da indústria apontou redução em julho de 2014 (-3,6%), quinta taxa negativa consecutiva nesse tipo de comparação.
Assim, o setor industrial acumulou queda nos sete meses do ano (-2,8%), intensificando, portanto, o recuo registrado no primeiro semestre de 2014 (-2,6%). A taxa anualizada, indicador acumulado nos últimos 12 meses, com o recuo em julho de 2014 (-1,2%), manteve a trajetória descendente iniciada em março último (2,0%) e assinalou o resultado negativo mais elevado desde janeiro de 2013 (-1,5%).
