O anúncio da construção de um shopping nas imediações do lixão de Maceió continua repercutindo. O grupo formado pelas empresas Aliansce e Multiplan garantiu o início das obras para 90 dias. Tanta rapidez, que sugere o descarte de estudos detalhados, causou espanto à procuradora do Ministério Público Federal, Niédja Káspari, técnicos e ambientalistas. Até mesmo a superintendente do IBAMA em Alagoas, Sandra Menezes, também se revela surpresa.
A superintendente do IBAMA conta que tomou conhecimento do caso através da imprensa. E uma obra deste vulto, numa área tão problemática, merece um estudo detalhado. “Como relatório de impacto ambiental, de solo, de vizinhança, e isso leva muito tempo, já que tem que ser feito com seriedade”, explica.
Sandra Menezes lembra que o lixão está sendo acumulado naquela região há mais de 35 anos, o que acaba comprometendo os terrenos nas imediações. “Certamente há contaminação debaixo do solo. Com tantos anos, certamente o xurume é um risco para o lençol freático”, considera.
Sandra Menezes acredita, também, que não é possível o início da construção do shopping na área do lixão em tão pouco tempo. “Claro que os estudos detalhados levam meses, e até anos. Ninguém pode, simplesmente, ignorar as leis existentes”, diz a superintendente, que completa: “Se o grupo investidor do shopping souber das condições reais desse terreno, certamente terá que encontrar outra área, se quiser começar a construir em menos de um ano”, diz.
