Gilberto da Silva chegou após o período ideal para trombólise, mas recebeu avaliação detalhada para prevenir sequelas e novas ocorrências da doença - Foto: Assessoria
O domingo começava como tantos outros na vida de Gilberto Gustavo da Silva, 71 anos. Mas, durante sua caminhada matinal – hábito que mantinha com disciplina – algo saiu do ritmo. Uma dormência inesperada tomou o braço esquerdo, a fala ficou estranha, “embolada”, e um colega percebeu que havia algo diferente em seu rosto.
“A boca dele ficou troncha. Eu disse: você não está bem”, relatou o amigo.
Gilberto ainda conseguiu chegar em casa, onde a filha verificou a pressão, que estava alterada. Mesmo assim, ele tentou manter a calma. O que ele não imaginava é que aquele seria apenas o primeiro sinal de uma sequência de episódios que exigiriam atenção redobrada.
No dia seguinte, enquanto jogava dominó, os sintomas voltaram. Novamente, colegas notaram a fala embolada e o desvio da boca. Preocupada, a família levou Gilberto à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) mais próxima. Em seguida, mediante suspeita de Acidente Vascular Cerebral (AVC), o paciente foi encaminhado ao Hospital Metropolitano de Alagoas (HMA).
Na unidade, que é vinculada à Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), o médico plantonista da Unidade de AVC, Dárgaro Maurício, fez questão de destacar um ponto fundamental: mesmo pacientes que chegam fora da janela terapêutica — após as quatro horas e meia do início dos sintomas — são acolhidos, investigados e acompanhados com rigor.
“Também internamos pacientes fora da janela terapêutica para investigar e evitar que evoluam com recorrência de AVC e incapacidades desabilitantes”, explica o médico do Hospital Metropolitano de Alagoas.
Rebeca Teixeira, neurologista responsável pela Unidade de AVC do Hospital Metropolitano de Alagoas, explicou que a conduta da equipe segue protocolos que reforçam os cuidados ao paciente vítima de AVC, investigando, intervindo sempre que possível e reabilitando.
“O Hospital Metropolitano oferece cuidado integral, mesmo quando o tratamento trombolítico já não é indicado. Essa avaliação detalhada pode ser decisiva para impedir sequelas graves, novos episódios de AVC, além de garantir mais qualidade de vida ao paciente”, reforçou Rebeca Teixeira.
Com a serenidade de quem já atravessou o susto, Gilberto faz questão de destacar o acolhimento recebido. “O atendimento foi como de mãe. Rápido, atencioso, sem nada a desejar. Tudo que eu precisei, fizeram na hora”, frisou o paciente.
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Alerta que salva
Casos como o de Gilberto reforçam a importância de reconhecer rapidamente sinais como fala embolada, boca torta, dormência ou fraqueza em um lado do corpo. Mesmo quando os sintomas parecem desaparecer, eles podem indicar risco iminente.
A recomendação é clara: manter o acompanhamento médico, monitorar de perto a pressão arterial e ficar atento a qualquer sinal neurológico. E, acima de tudo, procurar ajuda imediatamente — sempre.
Agência Alagoas
