Hospital Clodolfo Rodrigues, em Santana do Ipanema, atende cerca de 350 pessoas por dia
Localizado estrategicamente na principal cidade do Sertão alagoano, em Santana do Ipanema, o Hospital Regional Dr. Clodolfo Rodrigues presta serviço exclusivo aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), sendo referência em prestação de serviço público. Formado por uma equipe de 80 médicos e mais de 500 funcionários da parte administrativa e assistencial, a unidade atendeu 257 mil pessoas desde a inauguração, em setembro de 2010.
São 350 pessoas atendidas diariamente, uma média de 40 atendimentos para cada especialidade. O hospital tem serviços de clínica geral, pediatria, ortopedia, ginecologia, obstetrícia, terapia intensiva adulta e neonatal, anestesiologia, urologia, diagnóstico por imagem, raio X, ultrassom, endoscopia, colonoscopia, tomografia computadorizada, fisioterapia, exames laboratoriais, nutrição e serviço social. A unidade atende à demanda de 21 municípios alagoanos, seis municípios de Pernambuco, três de Sergipe e quatro da Bahia.
O hospital é uma obra realizada por meio de emenda parlamentar que foi repassada ao município, e o funcionamento da unidade é mantido pelos recursos da União, do Estado e do Município. Mensalmente, a União repassa recursos da ordem de R$ 1,7 milhão, o Estado destina R$ 878 mil e a prefeitura investe R$ 220 mil. A unidade é gerenciada pelo Instituto Pernambucano de Assistência à Saúde (IPAS).
Em junho deste ano, o Hospital recebeu um incremento da União na ordem de R$ 614 mil, que serão utilizados na abertura dos serviços de tomografia computadorizada, leitos de retaguarda na enfermaria, construção de uma nova Unidade de Referência em Urgência e a ampliação do Centro Cirúrgico. Também foram repassados R$ 114 mil, que serão investidos na Unidade Intensiva de Tratamento (UTI), criando mais 10 leitos e na Unidade de Cuidado Intensivo (UCI), disponibilizando mais 20 leitos para melhorar o atendimento neonatal.
O apoio financeiro também ajudou no credenciamento da Casa da Gestante – uma unidade anexa, onde se instalam as mães que moram distante do hospital e precisam ficar perto do bebê. Mais 20 leitos foram habilitados e o Banco de Leite estará pronto até o final do ano. O Hospital pretende seguir o modelo da Rede Cegonha – adotado pelo Ministério da Saúde – para atender as mães de alto risco.
“O Clodolfo Rodrigues foi uma unidade que ficou por muito tempo sem funcionar, mas, com a união das três esferas de poder, há três anos conseguimos inaugurá-la. Desde então, realizamos investimentos pontuais, que, graças à competente equipe que administra o hospital, são transformados em serviços qualificados, ágeis e humanizados, totalmente gratuitos, como preconiza o SUS”, destaca o secretário de Estado da Saúde, Jorge Villas Bôas.
Economia
De acordo com a gerente de Qualidade da unidade, Renata Ivanczin, existem 32 projetos em andamento para aprimorar os serviços da unidade. Um deles é tornar o hospital habilitado para as especialidades de cardiologia, nefrologia e oncologia. A diretoria também pretende informatizar toda parte administrativa e evitar o uso de papel.
“Queremos adotar um modelo 100% green que alguns grandes hospitais já adotaram, ou seja, digitalizar todas as informações e não utilizar papel”, explicou Renata, ao acrescentar que, a unidade está trabalhando para conseguir o credenciamento junto ao Ministério da Educação, visando receber residentes em medicina.
O diretor geral da unidade, Marco Calderon, informou que o Hospital Regional está em fase de ascensão e que os projetos têm o objetivo de aumentar a capacidade de atendimento. Atualmente, são prestados serviços de média e baixa complexidade, mas a ideia é atender também a demanda de alta complexidade.
“Estamos em processo de crescimento. A nossa meta é oferecer um serviço diferenciado em termos de serviço público e poder atender a toda demanda dessa região. Temos uma expectativa muito positiva em aumentar o número de funcionários, absorver residentes e melhorar a prestação de serviço”, destacou Calderon.
Reduzindo distâncias
A agricultora Verônica Santos mora no município de Maravilha e utiliza os serviços do hospital regional. Ela fraturou a perna, recebeu atendimento e retornou para a retirada do gesso. “Fui bem atendida, sempre venho aqui quando preciso, assim como meu esposo e minha filha. Antes, quando não tinha, a gente ia para cidade de Palmeira dos Índios ou Maceió”, disse.
De acordo com médico do trabalho do Hospital, Danyel Alves, a comunicação interna foi adotada com o propósito de integrar os colaboradores. Televisores foram instalados pelo hospital com informações, algumas normas do local e dicas de saúde – um informativo digital, o “News”.
São servidas mil refeições por dia no refeitório climatizado para médicos, enfermeiros, técnicos, vigilantes, entre outros. “Todos fazem a refeição no mesmo lugar; é uma maneira de criar um ambiente descontraído, de união, e fazê-los entender que aqui todas as funções são importantes, sem nenhuma distinção”, enfatizou Danyel.
Há ainda uma política de conscientização para otimizar as refeições. O lixo é separado e, no fim de cada mês, os funcionários se informam pelo News sobre a quantidade de comida desperdiçada. “Fazemos isso para que eles coloquem no prato apenas o que vão comer e evitem deixar restos de comida”, relatou o médico.
