Após 24 anos em fuga, um homem de 50 anos foi preso pela Polícia Civil de Alagoas, acusado de assassinar Arlan Odalio da Silva Bastos a pedradas na cidade de Junqueiro, em 2000. A prisão foi efetuada pelo Núcleo de Investigação Especial (NIESP) da Delegacia Geral da Polícia Civil, sob a coordenação do Delegado Sidney Tenório, na tarde desta terça-feira, 29 de outubro, em Chã do Pilar.
De acordo com as informações policiais, o suspeito, que teve a perna direita amputada e vivia sozinho desde 2013, recebendo auxílio do governo federal, estava vivendo com duas identidades diferentes, o que dificultou sua captura por mais de duas décadas.
Segundo o Delegado Sidney Tenório, a investigação exigiu um trabalho minucioso, que se estendeu por meses, inclusive com a realização de diversas diligências.
“Estávamos há três meses nesse caso complexo, pois o acusado conseguiu mudar de nome, criando duas identidades distintas, o que dificultou sua localização”. O suspeito já havia sido detido anteriormente por tráfico de drogas e violência doméstica, mas não foi identificado como o autor do homicídio de 2000.
O crime
As investigações apontam que na noite de 7 de novembro de 2000, o acusado e um comparsa atraíram a vítima, Arlan Bastos, para uma bebedeira em Junqueiro. Em determinado momento, eles se dirigiram ao beco da Coreia, atrás do cemitério local, onde o acusado teria imobilizado Arlan com um “golpe de gravata”, deixando-o inconsciente. Em seguida, os dois homens desferiram várias pedradas na cabeça da vítima. Após uma hora, retornaram ao local e, vendo que a vítima ainda respirava, o acusado a golpeou novamente, levando-o ao óbito.
Conforme consta no processo, o acusado teria apagado um cigarro no sangue da vítima, evidenciando o grau de brutalidade do crime. Dias depois, o comparsa foi preso, enquanto o agora capturado fugiu para o estado de Sergipe, onde viveu impunemente por anos, mudando de identidade.
A equipe de investigação, com o auxílio de dados técnicos do Instituto de Identificação de Alagoas, confirmou a verdadeira identidade do acusado através da comparação das impressões digitais. Diante das provas, o homem admitiu a autoria do crime. Ele foi encaminhado ao Centro Integrado de Segurança Pública (CISP) de Pilar e aguarda audiência de custódia na comarca de Junqueiro.
Apesar de 24 anos de fuga, o trabalho meticuloso da Polícia Civil de Alagoas encerra um dos mais longos casos de homicídio não resolvidos da região, trazendo um desfecho à família da vítima e à sociedade.