Neste domingo, 20, o programa “Fantástico” da TV Globo, exibiu uma entrevista exclusiva com Roberto Carlos Magalhães, ex-padrasto do menino da Bahia que tinha 31 agulhas dentro do corpo. Preso desde 16, o ajudante de pedreiro confessou ter inserido os objetos na criança e contou sua motivação para isso. “Eu ia matar o menino”, disse.
Roberto Carlos morava com a mãe da criança havia seis meses e disse durante a entrevista que brigava muito com a companheira. Essa teria sido a razão para a tortura. “Minha intenção, do jeito que ia, era matar a criança. Eu brigava mais a mulher, passava de 15 a 20 dias de mal, e aí começava a fazer essa palhaçada de matar o menino”, afirmou o homem.
Ele ainda contou que as agulhas eram introduzidas na criança na casa de sua amante, Angelina Capistana Ribeiro dos Santos, com a ajuda da mãe de santo Maria dos Anjos Nascimento (conhecida como Bia). As duas negam participação no crime, mas Roberto Carlos acusa as duas de terem participação ativa no caso. “De duas a três vezes por semana, durante um mês eu fiz isso. Foi uma idéia louca mesmo colocar essas agulhas nele. Eu achava que as agulhas iam caminhar e matar o menino e ninguém ia perceber. Eu dava vinho com água e aí ele desmaiava. A Angelina ficava do lado, segurando o menino para eu poder colocar as agulhas. A Bia trabalhava com os caboclos pra poder fazer isso. Quando ele acordava, ele chorava, daí eu trazia ele pra casa e levava pro hospital. Ele tomava soro e depois voltava pra casa. Matando o garoto, ia atingir a mãe do menino”, conta o padrasto.
A polícia transferiu Roberto Carlos para um local secreto depois de muitos protestos da população da cidade de Ibotirama (BA), onde ocorreu o caso. Na cadeia, o homem diz que sente pelo garoto e se arrepende do que fez. “Sofrimento bravo que ele tem. Bravo mesmo. Eu estou com um arrependimento tão grande”, diz.
Enquanto isso, o menino de 2 anos e 7 meses, cujo nome não foi revelado para preservar sua identidade, continua se recuperando de uma cirurgia que removeu quatro agulhas de seu tórax. Nos próximos dias, outra operação deve retirar os objetos que estão alojados no abdome da criança. Ele está em um hospital de Salvador, há 650km de sua cidade natal.