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Alagoas

Hemoal, SMS e Santa Casa assinam convênio para atendimento a leucêmicos

Prevaleceu o consenso. Para assegurar atendimento aos pacientes leucêmicos do Estado, a diretora do Hemocentro de Alagoas (Hemoal), Verônica Guedes, o coordenador do Centro de Hemoterapia da Santa Casa de Misericórdia, Ivan Freitas e o secretário de Saúde de Maceió, Adeílson Loureiro, assinaram um convênio, pontuando responsabilidades, conforme acordado durante reunião realizada essa semana na Defensoria Pública.

De acordo com o convênio, a Santa Casa de Maceió voltará a atender os pacientes com leucemia, o Hemoal continuará a encaminhar plaquetas – como fez durante todo o ano de 2010 – e a Secretaria de Saúde de Maceió ficará responsável pela realização do exame de Imunofenotipagem, que detecta os subtipos da doença. Como esse exame não é realizado em Alagoas, o secretário de Maceió, Adeílson Loureiro, firmou convênio com a Hemoterapia e Patologia Clínica de Maceió (Hemopac), que colherá o material biológico dos pacientes e os enviará para o Laboratório Fleury, em São Paulo.

“Por meio deste convênio, ficou especificada a atribuição do Hemoal, da Santa Casa de Maceió e da Secretaria Municipal de Saúde, visando assegurar que todos os pacientes com leucemia tenham atendimento integral. No entanto, frisamos e, temos documentos comprobatórios, atestando que o Hemoal, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), nunca deixou de cumprir a sua atribuição, enviando as plaquetas para a Santa Casa de Maceió, já que elas são necessárias aos pacientes, uma vez que, durante o tratamento, a medula óssea tem deficiência para produzir e manter as células do sangue”, explicou a diretora do Hemoal, Verônica Guedes, ao enfatizar que, “durante o ano passado, o hemocentro alagoano enviou 138 hemocomponentes e 69 plaquetas por aférese à Santa Casa de Maceió”.

Adeílson Loureiro frisou que, mesmo a Secretaria de Saúde de Maceió não estando obrigada a financiar os exames de Imunofenotipagem, esse procedimento será assegurado até que a Santa Casa de Maceió firme um convênio para arcar com os exames. “Isso ficou acordado diante do defensor público Ricardo Melro e iremos cumprir o que prometemos”, assegurou, ao relembrar que o hospital filantrópico tem 30 dias para se adequar, até porque esta é uma atribuição de qualquer unidade que tenha sido credenciada como Centro de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Cacon).

Isso é o que determina a portaria 741, expedida no dia 19 de dezembro de 2005, pelo Ministério da Saúde (MS). De acordo com ela, as unidades referendadas como Cacons recebem recursos para a assistência oncológica e devem apresentar condições técnicas, instalações físicas, equipamentos e recursos humanos adequados à prestação de assistência especializada de Alta Complexidade, visando garantir o diagnóstico definitivo e tratamento de todos os tipos de câncer, inclusive da leucemia.

Estes hospitais, a exemplo da Santa Casa de Maceió, devem, obrigatoriamente, segundo o MS, contar com assistência radioterápica em sua estrutura física, além de realizar cirurgias oncológicas, prestar serviços em oncologia e hematologia. Cabe ao Hemoal realizar o atendimento preliminar no Ambulatório de Hematologia e o diagnóstico precoce por meio dos exames de mielograma e hemograma.

“Segundo especifica o Plano Nacional de Hematologia, instituído pelo MS, o Hemoal está habilitado a suprir todas as unidades do Sistema Único de Saúde (SUS) com sangue e hemocomponentes em qualidade e quantidade suficientes à demanda transfusional. Também temos a atribuição de diagnosticar pacientes com doença falciforme e outras coagulopatias, a exemplo da hemofilia”, explicou.

Diagnóstico precoce – Ainda segundo o MS, o câncer infantil corresponde a um grupo de várias doenças que têm em comum a proliferação descontrolada de células anormais e que pode ocorrer em qualquer local do organismo. As neoplasias mais frequentes na infância são as leucemias (glóbulos brancos), tumores do sistema nervoso central e linfomas (sistema linfático).

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), estima-se que em torno de 70% das crianças acometidas de câncer podem ser curadas, se diagnosticadas precocemente e tratadas em centros especializados. A maioria dessas crianças terá boa qualidade de vida após o tratamento adequado. Com base em referências dos registros de base populacional, são estimados mais de 9 mil casos novos de câncer infanto-juvenil no Brasil, por ano. Assim como em países desenvolvidos, o câncer já representa a segunda causa de mortalidade proporcional entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos, em todas as regiões do país.

Os pais devem estar atentos a alguns sintomas que podem revelar formas de apresentação de tumores da infância, além de febre persistente; mancha roxa pelo corpo sem a criança ter caído; dores nas pernas; anemia acentuada; aumento dos gânglios (ínguas); dor e inchaço nas articulações; hipertensão; dor de cabeça e perda do equilíbrio.