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Alagoas

Greve do Judiciário é intensificada no interior

Nesta quinta-feira, uma caravana estará indo para a cidade de Arapiraca – distante de Maceió a 128 km – às 8 horas, para realizar ato público no prédio da Justiça Federal em Arapiraca.

A atividade contará com a participação de servidores da Justiça Federal, da Justiça do Trabalho, da Justiça Eleitoral e do MPU. O objetivo é mobilizar os trabalhadores daquela localidade para adesão à greve por prazo indeterminado.

Na sexta-feira, o Sindjus realizará grande ato público com trio elétrico em frente ao TRE, a partir das 7 horas, com a presença dos servidores que trabalham no interior.

E, no sábado, será realizada uma caminhada após a largada da Corrida do Judiciário Federal, que acontece às 8 horas, em frente ao prédio-sede do TRT, na Praia da Avenida com destino ao Iate Clube da praia de Ponta Verde. Um trio elétrico irá acompanhar os manifestantes.

Greve

Nesses três dias de greve, as manifestações acontecem a partir das 7 horas, com concentração e piquetes em frente ao TRE e em frente ao TRT. No horário da tarde, é realizado ato público na Justiça Federal.

Nos atos públicos nos órgãos, os servidores repudiaram a proposta da Comissão Permanente de Eficiência Operacional e Gestão de Pessoas do CNJ, que rebaixa a proposta aprovada, no dia 7 de outubro, pelos presidentes dos tribunais superiores. Pela proposta, o valor da carreira estará limitado a 75% do subsídio de juiz substituto. O cargo efetivo somado à opção do CJ-3 não poderá ser superior ao subsídio do juiz substituto; e a remuneração do servidor, incluídas as vantagens pessoais, não ultrapassará o subsídio do magistrado ao qual estiver vinculado. A comissão também estuda, segundo os representantes dos tribunais, reduzir o número de FCs; aumentar as CJs em 20%; manter as quinze referências, mas diminuindo o percentual entre elas; ampliar o aumento do período para promoção de 12 para 18 meses; e reduzir a opção das CJs dos atuais 65% para 50%.

O servidor do TRE Wolfran Cerqueira disse que o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, colocou à frente da negociação um general – presidente da Comissão, ministro Ives Gandra – “porque ele não tem coragem de assumir sozinho esse ataque aos servidores. Vamos nos unir para lutar por vencimentos juntos”.

O coordenador da Conlutas e dirigente do Sindipetro/AL, Manoel de Assis, destacou que o governo Lula tem descaso com todos os trabalhadores. “Como acontece com os servidores do Judiciário, o governo não apresentou proposta aos trabalhadores da Petrobras, que acumulam perdas salariais de 40%. A empresa só apresentou 4,36%. Não está querendo recuperar os salários básicos, enquanto a empresa teve faturamento bilionário”.

Marcus Robson, coordenador Jurídico do Sindjus, reforçou a manifestação do sindicalista, destacando que “o petróleo é nosso assim como o Judiciário Federal. O nosso movimento só vai parar quando a gente obtiver nossas reivindicações”.

Lembrando das perseguições sofrida pela categoria em 2002, a servidora do TRE Dilma Peixoto destacou que agora vimos um cidadão que se reveste de uma super autoridade (presidente do STF) e, simplesmente, não quer negociar. “A história é feita, e a gente sempre quer ser o sujeito da história, mas para que sejamos o sujeito da história, a gente precisa escrevê-la com atitude, não queremos ser objeto dessa história”, refletiu.

Os servidores exigem o envio do anteprojeto de lei que foi aprovado pelos presidentes superiores. Os sindicalistas destacaram que, enquanto durar esse impasse, não haverá semana de reconciliação e de recadastramento das urnas biométricas.