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Alagoas

Governo garante transferência de recém-nascida para cirurgia cardíaca em Fortaleza

Governo garante transferência de recém-nascida para Fortaleza

A alegria do nascimento de uma filha misturou-se a angustia após o descobrimento de uma patologia rara. Com apenas 14 dias de nascida, Yasmim Oliveira Silva já luta pela vida. Ao nascer os médicos diagnosticaram uma cardiopatia congênita complexa, que é a má formação na anatomia dos vasos sanguíneos do coração.

Aparentemente, Yasmim nasceu saudável, com 3.780g, peso nos padrões considerado bom para pediatria, mas com menos de 24 horas de vida, ela foi internada no Hospital do Açúcar, onde foi realizado o exame Eco Doppler do Coração com mapeamento de fluxo. O exame evidenciou que o bebê tinha um problema grave cardíaco e precisava de atendimento em hospital especializado.

Para salvar a recém-nascida, foi realizado um trabalho integrado para fazer a transferência da paciente de Alagoas para Fortaleza. Por meio da Central de Regulação de Alta Complexidade (CERAC), que faz parte do Tratamento Fora de Domicilio (TFD), ela foi encaminhada para o hospital Dr. Carlos Alberto Studart Gomes (Hospital do Coração Messejana), centro especializado em cardiopatias pediátricas, localizado na capital do Ceará.

A criança foi levada até o aeroporto em uma UTI neonatal do Serviço Atendimento Móvel de Urgência (Samu) sob os cuidados da médica Rejane Herbes. “Yasmim irá passar por uma avaliação médica em Fortaleza, para a equipe médica visualizar como vai ser o tratamento. O tempo de permanência na unidade hospitalar vai depender da resposta ao procedimento que será realizando no bebê”, explicou a médica do Samu.

“Primeiramente, creio que Deus irá salvar minha filha e vejo nesta transferência uma grande chance para ajudar na recuperação do meu bebê. Aqui, ela foi bem tratada, mas infelizmente o problema dela não pode ser tratado em Alagoas, mas tenho certeza que vamos conseguir em Fortaleza. Tenho mais dois filhos, mas só Yasmim nasceu com problema de saúde”, relatou a mãe da criança, Valdicleide Oliveira.

Segundo a diretora de Atenção Especializada e Programas Estratégicos (DAEPE), da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), Lisiane Torres, quando não é possível dispor deste serviço em Alagoas, o paciente é transferido para outro Estado.

“É determinação do secretario da Saúde, Alexandre Toledo, que a diretoria busque soluções para o atendimento ao paciente em qualquer parte do país, priorizando sempre a vida, independente de qualquer custo”, disse Lisiane Torres, informando que para a transferência da paciente foram investidos R$ 22 mil no translado da criança para Fortaleza.

Doença

A Cardiopatia congênita é uma doença na qual há anormalidade da estrutura ou função do coração, ocorre por uma alteração no desenvolvimento embrionário de uma estrutura cardíaca normal. As alterações do fluxo sanguíneo, resultantes desta falha podem influenciar o desenvolvimento estrutural e funcional do restante do sistema circulatório.

A doença pode ser diagnosticada ainda no ventre da mãe, através do exame de ecocardiografia fetal com a ajuda de ultrassom, que permite detectar anomalias cardíacas fetais. A incidência das cardiopatias congênitas é de 8 a 10 por 1000 nascidos vivos.

A falta de informação e de estrutura adequada é o maior entrave no atendimento aos portadores de cardiopatia congênita. A mortalidade decorrente das cardiopatias congênitas seria reduzida se todos os cuidados no pré-natal e pós-natal fossem devidamente instituídos.