A agricultura familiar em Alagoas já se firmou como elo importante da economia, principalmente para garantir renda e alimento às famílias do campo. A constatação é do secretário de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário, Jorge Dantas.
“A realidade no Brasil indica que a agricultura familiar é responsável por aproximadamente 70% de todo o alimento que vai para a mesa da população, e acreditamos que em Alagoas, esse segmento está se fortalecendo, graças ao apoio do Governo e aos programas de inclusão produtiva e comercialização”, citou o secretário.
Entre as iniciativas que em Alagoas promovem a inclusão produtiva no campo, está o Programa de Sementes, considerado pelo governo federal como um dos mais organizados do País. Em 2011, R$ 7,7 milhões foram investidos no programa, que garantiu sementes de milho, feijão, arroz, mamona, sorgo e algodão para cerca de 70 mil agricultores familiares em todo o Estado.
De acordo com o secretário Jorge Dantas, o Governo também fortalece a produção de grãos no Estado por meio da instalação de bancos comunitários de sementes e ferramentas, além da capacitação dos agricultores. Mais de R$ 1 milhão está sendo investido nesta ação ao longo de 2011.
“Na prática, os bancos significam mais autonomia para os produtores, pois eles terão as sementes crioulas à disposição, na época certa do plantio e ainda preservando as características locais, pois essas sementes são típicas de cada região. Já os bancos de ferramentas garantem redução de custos, uma vez que o agricultor tem plantadeiras, arados, peneiras, balanças e batedeiras para beneficiar os grãos”, explicou a superintendente de Fortalecimento da Agricultura Familiar da Seagri, Inês Pacheco.
Outra ação para promover a inclusão produtiva no campo é o programa de Produção Agroecológica Integrada e Sustentável (Pais), que está finalizando a aquisição de equipamentos para implantação de 330 unidades. Foram investidos em 2011 mais de R$ 4,2 milhões.
“Essas unidades serão instaladas em pequenas propriedades e permitem que se produzam hortaliças e verduras, de modo sustentável, sem uso de agrotóxicos. Já estamos agendando a capacitação dos técnicos. Em seguida, eles farão a instalação das unidades”, comentou a gestora do programa, Larissa Marinho.
Fortalecimento da pecuária – Duas das atividades que mais representam a pecuária da agricultura familiar em Alagoas estão sendo reestruturadas a partir de programas do Governo do Estado, coordenados pela Secretaria de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário (Seagri).
“A produção de leite e a ovinocaprinocultura, atividades típicas do Médio e Alto Sertão, estão sendo fortalecidas com os Programas Alagoas Mais Leite e Alagoas Mais Ovinos”, afirmou o secretário Jorge Dantas. “A Bacia Leiteira de Alagoas está voltando a ser o que era em épocas de maior prestígio. Com as ações do programa, o governo está disseminando sêmen de boa qualidade para melhoria genética, capacitando agricultores em inseminação artificial e repassando equipamentos para ordenha manual higiênica”, ressaltou o secretário.
“As associações de produtores também receberam máquinas forrageiras para preparação do alimento do gado. A partir disso, queremos que a atividade se torne mais sustentável, que o leite tenha melhor qualidade para o consumidor e que os agricultores melhorem sua renda, como já está ocorrendo”, informou o gestor do programa, Renato Carvalho.
Segundo ele, pelo Alagoas Mais Leite e pelo Balde Cheio já foram investidos mais de R$ 7 milhões em ações que incluem aquisição de equipamentos, capacitação de técnicos e agricultores e assistência técnica específica.
Criação de ovinos – O superintendente de Desenvolvimento Agropecuário da Seagri, Hibernon Cavalcante, também lembrou que o Programa Alagoas Mais Ovinos já realizou todas as entregas de animais que estavam previstas e os agricultores beneficiados já estão multiplicando o rebanho. “Foram entregues mais de 5 mil animais, que estão melhorando a qualidade genética do rebanho e garantindo geração de renda a essas famílias”, enfatizou.
“Como os animais foram repassados por meio de um contrato de empréstimo e estão dando bons resultados, alguns criadores já querem fazer a devolução ao Estado. Já houve devolução, mesmo antes do prazo, e o governo repassou os animais a outras famílias. Essa entrega ocorreu durante a Expo Bacia Leiteira”, relatou o gestor do programa, o zootecnista Luciano Barros. Segundo ele, todos os criadores estão recebendo assistência técnica e já foram capacitados.
Comercialização – De acordo com o secretário de Estado Adjunto da Agricultura, José Marinho, uma das melhores iniciativas para promover a geração de renda é o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) Compra Direta Local com Doação Simultânea, que faz parte de um convênio entre o governo do Estado e o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), com apoio das prefeituras.
“Com esse programa, o Governo compra os produtos dos agricultores e repassa para entidades assistenciais do próprio município. Assim, tanto o recurso investido quanto o alimento ficam no mesmo município, movimentando a economia, garantindo produtos saudáveis e típicos da região para quem precisa se alimentar”, argumentou o secretário.
Segundo o coordenador estadual do programa, Josemário de Medeiros, o PAA já está sendo executado em 25 municípios. “Conseguimos adquirir praticamente tudo o que o agricultor consegue produzir, seja produto in natura seja beneficiado”, frisou.
Entre os fornecedores de produtos ao PAA, estão os criadores de galinha caipira, em Santana do Ipanema, que fazem parte do Programa de Avicultura Familiar (PAF). Desde 2010, eles produzem frango e ovos que são comercializados em programas oficiais, feiras e eventos.
Os agricultores que vendem ao PAA também podem vender às prefeituras. Algumas delas já estão adquirindo da agricultura familiar local para inclusão desses produtos na alimentação escolar. A medida cumpre o que determina a Lei nº 11.947/2009, segundo a qual pelo menos 30% da merenda sejam oriundos dos agricultores familiares do próprio município ou região.
Numa parceria entre o Governo do Estado, o governo federal, o Sebrae/AL, o Arranjo Produtivo Local (APL) e a Associação de Supermercados de Alagoas (ASA), agricultores vinculados a uma cooperativa do Agreste estão vendendo farinha de mandioca aos supermercados.
A ação faz parte do Programa Brasil Sem Miséria e foi responsável pela vinda da presidenta Dilma Roussef a Arapiraca, em julho deste ano. Até agora, a cooperativa Cooperagro já repassou 60 toneladas de farinha para as grandes redes.
Assistência e pesquisa – Uma das principais conquistas do setor agrícola este ano foi a criação do Instituto de Inovação para o Desenvolvimento Rural Sustentável, a Nova Emater. A lei que recria o órgão estadual de assistência técnica rural foi sancionada pelo governador Teotonio Vilela Filho no dia 1º de dezembro, no Clube do Fumicultores, em Arapiraca. A solenidade reuniu centenas de agricultores da região, que comemoraram a iniciativa do Governo.
“A recriação da Emater é uma conquista, principalmente para o pequeno agricultor, que precisa dos serviços de pesquisa, assistência técnica e extensão rural. Esses serviços são fundamentais para uma agricultura familiar que gere renda e dê condições às famílias do campo de continuar na zona rural, sobrevivendo a partir da atividade que sabem fazer”, afirmou o secretário de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário, Jorge Dantas.
