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Meio Ambiente

Governo Federal apresenta políticas públicas para garantir segurança alimentar e hídrica do país

Energia limpa também foi tema de palestras na agenda brasileira na Cúpula do Clima

No quarto dia de agenda do Brasil na 26ª Conferência entre as Partes (COP26), nesta quinta-feira (4), os ministros da Cidadania, João Roma, e de Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, apresentaram dados e exemplos de como programas do governo contribuem para garantir, com sustentabilidade, a segurança alimentar e hídrica do país.

Em um dos painéis de debates, o ministro da Cidadania destacou a capilaridade do novo programa Alimenta Brasil, por meio do qual o governo compra alimentos da agricultura familiar para a destinação a beneficiários do Cadastro Único (CadÚnico). “O Alimenta Brasil faz a interface entre quem produz e aqueles que, de fato, necessitam desses produtos, dando ênfase, inclusive, para a produção e o consumo locais”, disse.

Essa priorização por produzir e consumir o alimento na mesma região reduz uma série de burocracias e também protege o meio ambiente, segundo o ministro. “[Demonstra-se, dessa maneira, um consumo de baixo carbono, uma vez que você elimina todo aquele ciclo logístico entre a produção no ambiente rural, [o deslocamento do produto] até um grande centro atacadista, o processamento desse alimento, a embalagem, o novo transporte para o varejo, [para], então, chegar ao consumidor final”, explicou.

O programa Alimenta Brasil substitui o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), dando mais transparência às compras públicas. João Roma ressaltou que essa nova política pública vai ajudar o país a diminuir perdas de alimentos. “O Brasil alimenta mais de um bilhão de pessoas no mundo, mas desperdiça mais de 30% do alimento que produz”, informou.

Anfitrião do evento, o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, elogiou a nova iniciativa do Governo Federal. “Fazer o Alimenta Brasil se descentralizar das grandes cidades é algo inédito. [É] um novo modelo que olha para o desperdício de toda a agricultura brasileira”, comentou. “E lembrando: tudo isso vai ao encontro do Programa Nacional de Crescimento Verde, uma vez que todo esse produto parou de ser transportado [em veículos, como caminhões] e reduziu as emissões [de carbono]”, acrescentou Leite.

Durante a palestra, o ministro da Cidadania também destacou o Auxílio Emergencial. “Foi um programa grandioso, que executou mais de R$ 350 bilhões. [Ele] foi reconhecido e elogiado por importantes organismos internacionais, como o Banco Mundial”, afirmou. João Roma ressaltou ainda que o programa Auxílio Brasil, que substituirá o Bolsa Família, começa a ser pago em novembro.

Ainda de acordo com o ministro, a pasta investiu quase R$ 250 milhões na compra e na destinação de cestas básicas de alimentos. “A cesta básica, que naquele momento é emergencial e necessária, está para a segurança alimentar, assim como o carro-pipa está para a segurança hídrica”, comparou.

Segurança hídrica

Em outra palestra do dia, o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, falou sobre as ações para preservar e revitalizar as bacias hidrográficas do país e destacou o programa Águas Brasileiras, que conta com o apoio do setor produtivo rural. O programa está investindo R$ 5,8 bilhões na revitalização das bacias dos rios São Francisco e Parnaíba, além da bacia de Furnas. “Essa é a ação mais vigorosa do ponto de vista de inversão brasileira e tem uma representatividade, porque passamos a encarar o problema [hídrico] e resolvê-lo”, frisou.

“O Brasil, seguramente, tem a maior obra de infraestrutura hídrica, hoje, no mundo em execução. Estamos falando de dois mil quilômetros de adutoras, de canais, de bombas de recalque e de obras de engenharia que estão levando água para locais, [como o] semiárido, que historicamente padeceram com a seca”, detalhou Marinho.

Energia

Pelo segundo dia consecutivo, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, participou da COP26, do pavilhão Brasil, em Glasgow, na Escócia. Na palestra desta quinta-feira, disse que o Brasil conta com uma matriz energética limpa há bastante tempo. “O Brasil tem muito a contribuir com o mundo. Iniciamos nossa transição energética a 50 anos atrás”, afirmou.

Albuquerque disse que, atualmente, 85% da produção de energia do país é limpa e renovável, e deu o exemplo do etanol brasileiro. “O Reino Unido decidiu usar 10% de etanol em sua gasolina. Já fazemos isso há muitos anos e com porcentual maior, de 27%”.

Sobre a mineração, o ministro citou a atividade de uma companhia brasileira. “O trabalho lá mostra que a mineração sustentável preserva os recursos, as florestas naturais, o que é o mais importante”, disse. “Temos uma mineração, hoje, [no país] sustentável. É um cartão de visitas do Brasil”, enfatizou.

“[Sabemos] utilizar essas fontes [de recursos naturais]. [Por isso,] a nossa matriz [energética é] uma das mais limpas do mundo. Também [somos] referência para as Nações Unidas e outros países com as nossas políticas públicas para esses setores”, completou Albuquerque.