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Brasil/Mundo

Governo estimula população que vive perto de hidrelétricas a criar peixes

A população que vive às margens dos lagos formados pelas barragens das usinas hidrelétricas no país vem sendo beneficiada com o desenvolvimento de atividades pesqueiras. O projeto serve como alternativa de renda para os moradores dessas comunidades, além de amenizar o impacto ambiental social causado pelas usinas na população.

Além disso, a piscicultura estimula uma grande cadeia produtiva, que inclui desde a venda do peixe para consumo até a produção de bolsas, calçados e outros produtos derivados dele.

Segundo a secretária de Planejamento e Ordenamento da Aqüicultura do Ministério da Pesca e Aqüicultura (MPA), Maria Fernanda Ferreira, 2.264 famílias já foram capacitadas pelo Projeto Parques Aquícolas. “O investimento em capacitação técnica foi de R$ 1,4 milhão somente no ano passado. E a mesma quantia será destinada para 2012”, afirmou.

A secretária explicou que existem 216 reservatórios de usinas hidrelétricas da União em todo o país e seis deles desenvolvem atividades especialmente ligadas ao cultivo do peixe. “A meta é aumentar para 36 até 2013”, disse.

De acordo com a pesquisa da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, divulgada pelo Ministério da Pesca e Aqüicultura (MPA), o potencial brasileiro de produção de pescado é de pelo menos 20 milhões de toneladas.

Mas, segundo a secretária do MPA, apenas 1,4 milhão de tonelada de peixes foi produzido no ano passado. Um exemplo é o lago da hidrelétrica de Itaipu, no Rio Paraná, que apesar de ter capacidade de produção estimada em 240 mil toneladas por ano, produz apenas 300 toneladas de pescado por ano.

Vantagens

A iniciativa se baseou em expertise de outros países que obtiveram sucesso nesse setor, como Noruega e Chile. Maria Fernanda explicou que “o Brasil pretende aumentar a produção da piscicultura ao longo prazo, porém, a preocupação principal é com a qualidade da água e a sanidade do pescado”.

A psicultura em reservatórios de hidrelétricas tem algumas vantagens em relação a outros reservatórios menores. “Além de ter grandes volumes de água represados, esses reservatórios estão normalmente associados a rios perenes e caudalosos, o que provoca melhor renovação da água, maior capacidade de produção e melhor qualidade do pescado”, afirmou o coordenador-geral de Planejamento e Ordenamento da Aqüicultura em águas da União, Luiz Henrique Vilaça.

O governo federal também está implementando projetos para estimular as atividades de piscicultura em todo o país, como potencialização de linhas de créditos para os produtores, apoio ao cooperativismo, incentivos aos estudos.