As empresas alagoanas exportaram um montante de US$ 791 milhões em 2010. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), mais de 98% desse total correspondeu a exportações de usinas, destilarias e setor químico. Para diversificar esses números, o Governo, por meio da Secretaria de Estado do Planejamento e do Desenvolvimento Econômico (Seplande) em parceria com diversas instituições, aposta no fortalecimento das Micro e Pequenas Empresas (MPEs) com o objetivo de inseri-las na rota internacional do comércio.
Atualmente, mais de 20 pequenas ou médias empresas alagoanas exportam seus produtos. Para ampliar esse quantitativo, o Estado foca nos setores de maior potencial: alimento e bebidas, artesanato e objetos de arte e decoração, têxtil, confecção e acessórios, construção civil e tecnologia da informação.
“Nesse sentido, também estamos investindo no Programa de Arranjos Produtivos Locais (PAPL), coordenado pela Seplande e pelo Sebrae Alagoas, especialmente nos arranjos da Laranja Lima, Pinha do Agreste, Tecnologia da Informação, Mandioca do Agreste, Mel do Sertão e Móveis do Agreste”, ressalta o secretário do Planejamento e do Desenvolvimento Econômico, Luiz Otavio Gomes.
O Programa Exporta Alagoas, do Centro Internacional de Negócios (CIN), da Federação das Indústrias do Estado de Alagoas (Fiea), também é uma iniciativa que visa preparar as MPEs para ingressar no mercado externo. O programa atua sob diferentes áreas para capacitar e promover a inserção competitiva de seis empresas selecionadas na área de vestuário.
Os participantes, durante o período de um ano, contam com o apoio de especialistas e consultores que trabalham no design de produto, design de marca, comércio exterior e prospecção de mercado.
“Sessenta empresários foram convidados a participar do lançamento do programa. A partir de diagnósticos e triagens, foram selecionados os contemplados, que precisavam ser sindicalizados e a suas empresas tinham que ter certa identidade e, principalmente, potencial de exportação”, afirmou a coordenadora do programa, Tássia Santos.
Na que diz respeito ao design, uma das consultoras do Exporta Alagoas, Andréa Donatto, conheceu os produtos de cada empresa de confecção selecionada, dando início ao processo de aprimoramento e adequação ao mercado exterior. Além disso, os empresários desenvolveram, com o apoio do programa, uma coleção verão 2012, voltada para a exportação, que deve ser lançada em janeiro.
Paralelamente, foi iniciada a construção de novas marcas, que passaram a contar com novos nomes e logomarcas. “Os consultores entrevistaram os empresários para conhecer a essência do negócio. A partir daí, foi criada uma nova marca, exclusiva para a exportação. A identidade visual antiga foi mantida e continua sendo voltada para o mercado local”, explicou Tássia.
Colômbia
Para se prepararem para uma possível exportação, os empresários foram capacitados na área de comércio exterior. O primeiro país selecionado para se prospectar as exportações de vestuário foi a Colômbia, a partir de uma pesquisa de mercado realizada pelo programa. A escolha se deu, principalmente, pelas semelhanças climáticas e culturais com o Brasil.
A prospecção de mercado se dará em fevereiro do ano que vem, quando serão colhidas as informações sobre as características dos produtos colombianos do setor, como as cores e modelagem que são mais utilizadas, por exemplo. “Os insumos coletados irão auxiliar as empresas a alcançar o mercado dos países pesquisados”, acrescenta a coordenadora do Exporta Alagoas.
Para a empresária da marca de moda feminina “Menta Limão”, Márcia Souto Maior, os maiores benefícios proporcionados pelo programa foi o auxílio na identificação da marca, a desmistificação do processo de exportação e o aprimoramento do produto, principalmente no que diz respeito à modelagem. A nova marca, focada na exportação, passou a ser chamada “Mittos”.
“Agora, eu conheço o ‘DNA’ da Menta Limão, a marca está fortalecida e eu sei o nicho e foco em que pretendemos atuar. Todo esse processo de consolidação foi extenso, mas, com o auxílio do programa, conseguimos superar os desafios”, afirmou a empresária, que começou a atuar no mercado em 2005 e comercializa seus produtos no Centro da Moda de Murici. O Programa Exporta Alagoas deve ter continuidade em 2012, agregando o segmento de acessórios à área de confecção.