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Negócios/Economia

Governo de Alagoas conhece estrutura do Porto de Suape

O secretário do Planejamento e do Desenvolvimento Econômico, Luiz Otavio Gomes, e o secretário adjunto Keylle Lima visitaram, nesta quarta-feira (7), o Complexo Industrial Portuário de Suape, em Pernambuco, e participaram de uma reunião com executivos do porto. O encontro teve como objetivo conhecer a estrutura e o funcionamento de Suape para subsidiar a criação do projeto de um novo porto em Alagoas, que deve ser localizado em Coruripe.

Os secretários alagoanos foram recebidos pelo secretário de Desenvolvimento Econômico e presidente de Suape, Geraldo Júlio, e pelo vice-presidente executivo de Suape, Frederico Amâncio. Durante a reunião, que durou cerca de duas horas, a infraestrutura, a logística, os projetos, os polos industriais e os investimentos do Complexo Industrial Portuário foram apresentados pelo coordenador de Desenvolvimento de Negócios, Leonardo Cerquinho.

“Este é um primeiro momento para a construção do projeto de um novo porto, que dará suporte ao estaleiro. Para isso, viemos conhecer os erros e acertos de Suape, que foi idealizado na década de 1970 pelo governador Eraldo Gueiros e só se tornou uma realidade após 33 anos”, destacou o secretário Luiz Otavio Gomes, acrescentando que a intenção é finalizar o projeto até o final do mandato do governador Teotonio Vilela Filho.

O secretário também discorreu sobre um estudo que está sendo realizado pela Federação das Indústrias do Estado de Alagoas (Fiea/AL) para analisar a demanda de Suape. Segundo Luiz Otavio Gomes, o intuito é implantar um polo na divisa entre Alagoas e Pernambuco, com empresas de pequeno e médio porte que atendam às necessidades das indústrias de Suape.

“Neste trabalho, será verificada a importância de Suape na economia da região Norte de Alagoas. O resultado do estudo consistirá em quais tipos de fábricas nós devemos ter para suprir a refinaria, siderúrgica, petroquímica, etc”, detalhou o secretário.

Na ocasião, o coordenador Leonardo Cerquinho falou sobre o desenvolvimento do Brasil e de Pernambuco e também frisou o crescimento econômico de Alagoas. “O planejamento a longo prazo é de extrema importância na fase de criação do projeto. Temos que pensar em desenvolver os estados juntos”, acrescentou.

Nesse sentido, Luiz Otavio Gomes reforçou a parceria entre os Estados de Alagoas e Pernambuco. Segundo ele, os governadores Teotonio Vilela Filho e Eduardo Campos trabalham em conjunto para que os estados cresçam de maneira integrada e se complementem do ponto de vista econômico.

Suape

Suape, empresa pública que detém a concessão do porto de Pernambuco, conta com cerca de 100 indústrias e outras 35 em fase de implantação e é conectado a mais de 160 portos em todos os continentes. Com 13.500 hectares, o complexo industrial possui cinco polos consolidados: granéis líquidos e gases; materiais de construção; alimentos; geração de energia e geração de energia eólica.

“Nós procuramos adensar a cadeia. Para atender a demanda da Coca-cola, por exemplo, buscamos atrair empreendimentos que produzissem o alumínio, como a Rexam, fabricante de latas”, explicou Leonardo Cerquinho.

Entre as principais indústrias implantadas no Complexo Industrial Portuário de Suape, destacam-se a refinaria Abreu e Lima, orçada em US$ 13 bilhões e com a inauguração prevista para 2013; a Petroquímica Suape; a M&G, fabricante de resinas termoplásticas (PET); o Estaleiro Atlântico Sul; o moinho de trigo Bunge e a Companhia Siderúrgica de Suape, já em fase de licenciamento.

Os investimentos privados totais somam US$ 22,9 bilhões e possibilitam a geração de mais de 34 mil empregos diretos. De 2007 a 2010, o complexo contou com uma média anual de R$ 286 milhões em investimentos públicos.

Em sua apresentação, o coordenador de Desenvolvimento de Negócios de Suape ainda discorreu sobre o Plano Diretor para 2030, bem como sobre o projeto Suape Global, que visa transformar Pernambuco no polo mundial provedor de bens e serviços para o setor de petróleo, gás, offshore e naval.

De acordo com o plano diretor, o complexo possui cinco zonas: Zona Industrial Portuária; Zona Industrial; Zona Central de Serviços; Zona de Preservação Ecológica e Zona de Preservação Cultural. “Procuramos fazer o desenvolvimento sustentável de forma integrada. A área de preservação foi ampliada e atualmente corresponde a 59% do território”, acrescentou Leonardo Cerquinho.

Estrutura

O calado do porto interno é de 15,5 m e possui cinco berços, um cais público e dois terminais de contêineres. Já o porto externo tem o calado aprofundado para 20 m, possui 4 piers de granéis líquidos e um cais multiuso. “É importante que, na construção do projeto do porto de Alagoas, a área do cais tenha uma certa versatilidade e possa ser ampliada”, pontuou.

De 2005 a 2011, o volume de movimentação de cargas mais que duplicou, atingindo 11 milhões de toneladas. A projeção é que, com os novos investimentos, esse volume seja quintuplicado para 50 milhões de toneladas em 2016.

Após a reunião, os secretários alagoanos visitaram as indústrias localizadas em Suape, também acompanhados do coordenador de Gestão Estratégica, Tullio Ponzi Netto. Ao final da visita, o secretário Luiz Otavio Gomes afirmou ter obtido uma visão global de Suape. “Esse dia foi muito importante para que possamos dar início à construção do projeto do novo porto”, expôs.