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Esporte

Governo aciona a Polícia Federal para combate ao doping

O recente aumento de casos de doping no Brasil –já foram 26 neste ano– tem como uma das principais causas a maior cooperação de organismos do governo federal no combate ao problema. É o que dizem pessoas ligadas à Wada (Agência Mundial Antidoping) e ao COB.

A estrutura da luta contra o uso de substância irregulares no Brasil segue deficiente, com falta de dinheiro para laboratório e de uma agência para o tema. Mas, politicamente, o governo intensificou sua atuação na área desde que, há dois anos, ratificou o acordo da Unesco (Organização das Nações Unidas para Educação, a Ciência e Cultura) sobre doping.

O país aparece na lista dos signatários em abril de 2008. Assim, a Polícia Federal passou a ajudar em investigações antidoping. Atua juntamente com a Interpol, que tem acordo com a Wada para participar desse tipo de apuração. A participação da PF crescerá por conta dos Jogos-2016, segundo promessa já feita ao COI (Comitê Olímpico Internacional).

A Wada e a Interpol identificam pontos de venda de substâncias irregulares e depois fazem os testes -a PF coopera. Essa nova rede afeta mais atletas brasileiros do segundo escalão. Antes, esses não eram testados fora de competição.

A origem da investigação que apontou cinco casos de atletismo da equipe que iria ao Mundial de Berlim é mantida em sigilo. Mas há suspeita de denúncia de um time rival da Rede.

Neste caso, era possível que houvesse mais um atleta flagrado. Um deles chegou atrasado e não pôde entrar no centro de treinamento, fechado para que os outros fizessem exames. Ele viajou ao Mundial de Berlim.
Fato é que a Confederação Brasileiro de Atletismo aumentou o número de testes fora de competição em 2009.

Já o caso da ginasta Daiane dos Santos não se encaixa neste perfil, pois esportistas de ponta já passavam por teste-surpresa.

Mas a maioria dos atletas brasileiros flagrados em 2009 foi testada em competições.
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) colaborou para isso ao facilitar a entrada de kits de antidoping e do envio de material ao exterior para testes.

Só que os exames no Ladetec, único laboratório credenciado pela Wada do Brasil, ainda são mais caros.

O laboratório ainda enfrenta problemas de falta de recursos. O governo pediu dinheiro extra para a Câmara para modernizá-lo para os Jogos-2016. A intenção é começar a formar a agência antidoping para os Jogos no final deste ano, quando especialistas da Wada virão ao país.