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Maceió

Giro de Folguedos apresenta cultura alagoana a turistas

Para o secretário de turismo de Maceió Jair Galvão, esta agenda cultural é um atrativo a mais para o destino, que, além do sol e mar, tem fortalecido seu potencial turístico ligado à arte popular e aos seus 200 anos de história e cultura. Os folguedos são festas de caráter popular marcadas pela presença de música, dança e representação teatral. A maioria deles possui origem religiosa e cultural dos povos africanos, portugueses e indígenas.

“A música, a dança, as festas populares, a culinária e o artesanato fazem do Nordeste um dos destinos mais procurados por quem quer experimentar a vasta diversidade cultural do País”, comenta o secretário. .

Durante o Giro dos Folguedos, essa diversidade é celebrada na voz dos guerreiros, no ritmo do boi, nas cores do maracatu, entre tantas outras manifestações com influência moura e afro. Maceió concentra a maior diversidade de folguedos do Brasil, incluindo desde danças típicas, autos natalinos e encenações como pastoril, chegança, maculelê, afoxé, reisado, quilombo, boi de carnaval, entre outros.

Conheça algumas das manifestações tradicionais que se apresentam nos próximos finais de semana

Guerreiro

Auto natalino genuinamente alagoano, o Guerreiro nasceu da mistura entre Reisado e Caboclinhos, representando a chegada de Jesus e a homenagem dos três reis magos. Trata-se de uma sequência de cantigas bailadas por personagens que trajam vestimentas vermelhas inspiradas na nobreza colonial, com muito brilho, fitas, espelhos e coroas, representando vários personagens: reis, rainhas, índio, palhaço, estrela, sereia, entre outros. Alguns usam chapéu em formato de igreja.

Coco alagoano

Nascida entre os negros dos Palmares, o ritmo é cadenciado pelo som do quebrar do coco. Trata-se de uma manifestação dançada e cantada, acompanhada de um ganzá ou pandeiro e pela batida forte dos pés. É um folguedo junino, podendo, no entanto, surgir para festejar acontecimentos importantes. O coco alagoano tem várias formas poéticas, destacando-se entre elas, o Coco de Verso, Coco Solto, Coco de Embolada, Coco de Entrega, Coco de Dez Pés e Coco de Bolamento.

A reconfiguração atual do Maracatu que encontramos em Alagoas nos mostra uma manifestação percussiva que usa ritmos retirados de cerimonias ancestrais realizadas dentro das casas de terreiro. Há uma repetição frenética e contagiante de baques. Na formação podemos encontrar instrumentos como o agogô ou gã, trazendo o som metálico, abês ou xequerês, que são cabaças cobertas por sementes ou miçangas. Para as batidas, as alfaias ou ofaias com membranas variado entre plástico para as agudas e de animais para as mais graves.

Há uma relação de força com o sagrado, cada grupo de Maracatu tem relação com um Orixá que é saudado e veste os grupos com suas cores e elementos simbólicos como referência identitária.