O Departamento de Grupos Vulneráveis da Polícia Civil (DAGV) foi destaque na Jornada de Direitos Humanos da Secretaria Nacional da Segurança Pública (Senasp), realizada entre os dias 8 e 11 em Aracaju. Para os palestrantes, a estrutura do Departamento é “impressionante” e servirá de modelo para outros Estados do Brasil, onde o serviço da Polícia Civil, no que diz respeito aos Grupos Vulneráveis, ainda é incipiente, por conta das necessidades da população.
A modernização do DAGV é gradativa, evolui há anos e ganhou ainda mais força depois que a unidade especializada passou a ter nova sede, oferecendo mais qualidade de serviço à população e melhores condições de trabalho para os servidores. A nova estrutura funciona com três delegacias especializadas: Delegacia de Atendimento a Crianças e Adolescentes Vítimas (Deacav), Delegacia Especial da Mulher (Deam) e Delegacia de Atendimento aos Grupos Vulneráveis (DAGV). O corpo profissional do DAGV conta hoje com sete delegados e 55 agentes e escrivães, que atendem à população da capital Aracaju, além de fornecer as coordenadas do trabalho das demais unidades de grupos vulneráveis disponíveis no interior do Estado.
Para um dos palestrantes da jornada, o professor Júlio Alejandro, vários avanços foram observados na segurança pública do Estado de Sergipe, uma delas é o DAGV. “Achei que esse tipo de iniciativa, de modelo de atendimento à sociedade, a partir da especificação própria, seja ao velho, à mulher, à criança, a esses grupos sexuais, com um atendimento personalizado faz uma grande diferença. A escuta, o respeito, o encaminhamento, com defensoria pública, com investigações e tecnologia é um tipo de trabalho que estamos levando como modelo para outros Estados. Existe sim, em outros Estados, iniciativas legais, entretanto, fragmentadas, mas aqui em Sergipe temos um departamento que agrega o atendimento geral efetivo à população”, ressaltou o professor.
O supervisor da Jornada de Direitos Humanos, Paulo Goettems, que conheceu as instalações do DAGV, ficou surpreso como Sergipe está à frente de boa parte dos Estados brasileiros. “Visitei e até conversei com a doutora Georlize para que possamos multiplicar e divulgar para todo o Brasil o que vimos aqui. É preciso que o DAGV sergipano sirva de modelo para outros Estados. Precisamos escrever essa história, como foi possível, como surgiu isso, o que foi preciso para se chegar a esse modelo que temos hoje. Para alguns Estados pode parecer uma utopia, mas estamos comprovando que é possível, pois está sendo realizado aqui”, explicou.
Para Goettems, há modelos excelentes no Brasil, mas em Aracaju, para os técnicos da Senasp, o modelo do DAGV é um verdadeiro espaço de acolhimento de pessoas. “Quando você vai lá, se sente como se estivesse em um lar, um espaço onde os grupos vulneráveis se sentem acolhidos, ou seja, existe uma humanização do atendimento, um espaço humano, existem pessoas que estão trabalhando com pessoas e para pessoas. É uma experiência que tem que ser estimulada e divulgada em todas as demais unidades da Federação”, reforçou o professor Paulo Gorttems.
A delegada Georlize Teles lembra que, desde a sua criação, o DAGV tinha como finalidade ser diferencial no atendimento ao público. “Quando foi pensado, criado, ele tinha exatamente a idéia de ser diferencial no atendimento, não apenas para ser diferente, mas exatamente para dar a dimensão da necessidade do atendimento qualificado no âmbito da segurança pública. É uma política de segurança pública pensada com muita personalidade, ética, com uma finalidade muito própria: atender o cidadão na dimensão da sua angústia e sua necessidade”, definiu a delegada Georlize.
