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Gato ou cachorro? Seu DNA pode te responder

Existem pessoas que “são de cachorro” e outras que “são mais de gatos”. Também existem os que não são de nenhum dos dois e preferem a companhia de um passáro, de um hamster ou de um coelho. Há também os que simplesmente não têm animais de estimação e são felizes assim. Os pets costumam mudar a vida de seus donos e não é raro conhecer a uma pessoa que se refere a seu animal como “seu filho de quatro patas”.

A ciência já comprovou que pessoas com animais de estimação são mais felizes, mais ricas e fazem mais exercícios, que a convivência com pets é benéfica para a saúde dos bebês e que os animais ajudam a combater os casos mais graves de depressão. Mas o que leva as pessoas a escolherem ter um animal doméstico? Por que alguns preferem cachorros e outros preferem gatos?

“Estudos apontam que os cachorros dividem a vida com seres humanos há mais 15 mil anos e os gatos já eram considerados animais sagrados no Egito Antigo. Muita da nossa relação com esses pets hoje tem raízes históricas”, conta Lucas Coppi, coordenador do site PetsAlegres.

Pode-se pensar que o favoritismo destes animais se dê por conta somente de questões culturais, mas a genética também ajuda a definir a relação humana com os pets. Ao menos é isso o que aponta um estudo recente publicado pela revista Scientific Reports. Segundo a pesquisa, o DNA humano pode ser um fator decisivo nessa escolha e os genes seriam os responsáveis por definir o animal a ser escolhido e, até mesmo, definiria se alguém irá ou não ter um pet em casa. Além disso, os pesquisadores descobriram que essa predileção é hereditária, ou seja, uma mãe que prefere cachorros pode passar essa escolha para as filhas.

Em uma nota oficial, pesquisadores da Universidade de Uppsala, na Suécia, se mostraram surpreendidos com a descoberta: “Ficamos surpresos ao ver que a composição genética do indivíduo parece ser uma influência significativa sobre ter ou não um cachorro. Os achados têm implicações importantes em vários campos diferentes relacionados à compreensão da interação entre homem e cão ao longo da história”.

O estudo foi realizado analisando o código genético de 35.035 pares de gêmeos univitelinos e bivitelinos para assim poder investigar e comparar a influência do ambiente e da genética na biologia de cada um deles. Como gêmeos univitelinos têm o mesmo genoma, enquanto bivitelinos não, foi possível comparar a atuação da genética na hora de escolher um animal.

Os resultados mostraram que gêmeos univitelinos concordam mais em suas preferências do que os bivitelinos. Isso comprovaria que a genética atua na decisão sobre ter ou não um animal e qual seria esse animal.

“Descobrimos que os fatores genéticos aditivos contribuíram em grande parte para a posse do cão, com herdabilidade estimada em 57% para mulheres e 51% para os homens”, explicou Patrik Magnusson, principal autor da pesquisa, em comunicado.

O estudo descobriu também que genética e ambiente têm papéis similares na preferência por cães. Resta descobrir ainda quais seriam as variantes genéticas e os genes envolvidos nesta decisão e como eles se combinam com a personalidade e o ambientes onde cada indivíduo se desenvolve.