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Alagoas

Gastrite e úlcera requerem atenção na prevenção ao câncer de estômago

Se você fuma e ingere bebidas alcoólicas frequentemente; possui gastrite ou úlcera no estômago; não dispensa enlatados, frios, alimentos de origem animal, comidas condimentadas ou industrializadas e ainda pertence ao grupo sanguíneo do tipo A, o recado a seguir é para você: procure o seu médico e agende uma endoscopia. Se tiver na família histórico de câncer no estômago, o recado é dobrado.

A lista acima, elencada pelo cirurgião oncológico Aldo Barros, reúne os principais fatores de risco que levam ao surgimento do câncer de estômago. Os pacientes diagnosticados com gastrite (ou com sua forma mais aguda, a úlcera) estão na primeira fila para realizar periodicamente a endoscopia.

“Agora uma observação importante: ter gastrite ou úlcera não significa que o paciente obrigatoriamente terá câncer. Existem vários fatores de risco que podem em conjunto ou isoladamente – e de acordo com a carga genética do paciente – dar início ao tumor. Esses pacientes precisam apenas fazer a endoscopia de acordo com a orientação médica”, explicou Aldo Barros.

O exame endoscópico procura obter imagens médicas diagnósticas utilizando um aparelho que emite luz e capta imagens geradas por um sensor. No caso do exame gástrico, o sensor é introduzido pela boca do paciente até chegar no estômago. As imagens são analisadas pelo médico por meio de um monitor.

Com 20 mil registros em 2014, o câncer de estômago ficou em 6º lugar entre os casos novos de câncer previstos para esse ano no Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer. Para Alagoas, a previsão do Inca é de 120 casos novos. O curioso e que em 2013 a Santa Casa de Maceió registrou apenas 28 pacientes em tratamento, representando 2,6% do total de pacientes oncológicos da instituição no ano passado.

Atento aos sinais

O primeiro sinal de que há algo errado com o estômago, sinalizando uma gastrite, é o queimor ou dor na região estomacal e anemia sem causa aparente. Como os sintomas da gastrite são conhecidos e não interferem tanto no cotidiano do paciente, muitas vezes não recebem a devida atenção.

“O problema é quando o câncer de estômago evolui para um estágio avançado de forma assintomática. Nesses casos, quando os sintomas aparecem, a doença já está instalada e a cura se torna difícil”, alerta o cirurgião oncológico da Santa Casa de Maceió.

Se o tumor no estômago for diagnosticado precocemente a cirurgia é uma das alternativas de tratamento. Se estiver em estado avançado, a cirurgia deve ser seguida por quimio ou radioterapia. Outro detalhe importante apontado por Aldo Barros: no caso de neoplasias no estômago, os públicos-alvo são os jovens e adultos. “É um mito pensar que o câncer só afeta idosos”, finalizou.