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Maceió

Ganhador do Prêmio Gustavo Leite é selecionado no Museu Théo Brandão

Família da Marinheira será homenageada com exposição em 2023

O Museu Théo Brandão (MTB) reuniu uma comissão com o objetivo de selecionar o artista popular do ano de 2023, ganhador da XV edição do Prêmio Gustavo Leite. A família da Marinheira, de Boca da Mata, no interior alagoano, foi selecionada para receber a homenagem, que vai acontecer no final do próximo ano.

Integram a comissão a diretora do MTB, Hildênia Oliveira, a museóloga Cármen Lúcia Dantas, o fotógrafo Celso Brandão, o artista Túlio Augusto, o servidor do MTB Victor Sarmento, o diretor da Escola Técnica de Artes (Eta/Ufal), Davi Farias, além dos arquitetos Rodrigo Ambrósio e Mirna Porto.

Dos atuais quinze filhos do saudoso artista Manoel da Marinheira, cinco seguiram a trajetória do pai, tornando-se artistas, com a confecção das peças em madeira. A maioria, animais da fauna não apenas do Brasil, mas do planeta, compondo uma diversidade de biomas e tamanhos.

Tronco de jaqueira é a matéria prima principal das peças feitas pelos artistas da família. André da Marinheira, Manoel da Marinheira Filho, Severino e Antônio continuaram criando esculturas de animais. Já a filha Maria Cícera, a única mulher da família a trilhar o caminho artístico, diferenciou-se dos irmãos e do pai, confeccionando esculturas em arte sacra.

Rodrigo Ambrósio, o jornalista Guilherme Lamenha e Daniela Vasconcelos, gestora do Programa Alagoas Feita à Mão, serão curadores da exposição com obras dos artistas premiados. Neste mês, eles e parte da equipe do Museu foram a Boca da Mata comunicar a família de artistas a notícia da premiação, que foi recebida com muita alegria.

André, o filho mais velho, já conquistou vários prêmios em Alagoas e no Brasil e é reconhecido Mestre da Arte de Escultura de Madeira pelo Sebrae. “Fico olhando para o mato para ver se tiro alguma arte. De um garrancho de pau, eu faço”, conta.

Manoel da Marinheira Filho é o único dos filhos que, além da madeira, faz esculturas em cimento. “Cada um tem a sua linha, forma de trabalhar, mas todo o trabalho com a madeira é feito com a jaqueira”, frisa Manoel, que aos seis anos de idade já começou a trabalhar na arte do pai. “Eu era o ajudante dele. Comecei fazendo os olhos, as unhas”, lembra.

Agora, o público pode aguardar, em 2023, a abertura da exposição com obras de Manoel da Marinheira e dos cinco filhos que seguiram com a arte popular, dando continuidade ao legado do Mestre.