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Penedo

Fundação Casa do Penedo apresenta projeto Praça dos Orixás à comunidade

Comunidade conheceu melhor o projeto Praça dos Orixás

Após alguns imprevistos ocasionados por um acidente automobilístico que deixou às escuras a sede da Fundação Casa do Penedo, localizada na Rua João Pessoa, no centro histórico, o evento programado para acontecer no Auditório da Casa foi transferido para a Escola Estadual Comendador José da Silva Peixoto, onde contou com a participação de professores, estudantes, representantes da sociedade civil organizada, imprensa e expositores do projeto Praça dos Orixás, idealizado pela Fundação.

O primeiro encontro realizado pela Fundação Casa do Penedo, nesta sexta-feira (15), objetivou apresentar à comunidade o projeto que visa implantar um espaço público na histórica cidade, onde segundo o expositor da idéia, o articulador cultural Jean Lenzi, tem o objetivo de homenagear cultos afros que há anos estão presentes na história de Penedo.

“A ideia inicial é de que o espaço possa receber os nome Praça dos Orixás e no Seminário que acontecerá em novembro, nomes de referência como o de Pai Fernando, este falecido recentemente, e Mãe Julinha, representantes autênticos das manifestações afrodescendentes em nossa região, sejam lembrados e homenageados”, declarou Jean Lenzi.

Na oportunidade do primeiro momento das discussões realizadas pela Fundação Casa do Penedo, professores e alunos de capoeira participaram ativamente, parabenizando a iniciativa e destacando a necessidade de se preservar a identidade de um povo, mantendo sua história viva, independentemente de sincretismo religioso ou proselitismo.

Segundo os idealizadores do projeto Praça dos Orixás, a pretensão inicial para lançamento é o dia 19 de novembro, véspera do Dia Nacional da Consciência Negra. Em Penedo, a Fundação comemorará com uma semana de ações, entre elas a realização do Seminário: “A Importância do Negro em Nossa Formação”, evento que acontecerá em parceria com a Universidade Federal de Alagoas – UFAL, Fundação Educacional do Baixo São Francisco Dr Raimundo Marinho e com o Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas – IHGAL.

Cultos Afros em Penedo

Registros dão conta de que a prática dos cultos afro em Penedo acontece há cerca de123 atrás, isso por conta de uma fotografia registrada em 24 de agosto de 1887 pelo Dr. Carvalho Sobrinho. No verso da fotografia escrito o nome e de seu autor e a data, além dos dizeres
“candomblé, brinquedo dos africanos no Penedo”. Há historiadores que afirmam também a realização de cultos afrodescendetes na cidade ribeirinha desde o seu povoamento.

Um dos terreiros mais antigos é o de Mãe Julinha no Bairro Santo Antonio, esta ainda em atividade, além de Pai Fernando no Bairro Senhor do Bonfim, figura do candomblé muito conhecida na região, tendo falecido no último mês de setembro, em Pernambuco. Somando-se a esses dois de grande expressão histórica, ainda pode-se encontrar na cidade o de Mãe Maria do Amadeu, que mantém viva a tradição afrodescendente na histórica cidade do Penedo, onde os tambores dessas crenças fazem ecoar pelas comunidades mais antigas os cultos às seculares diferenças religiosas.

Estudiosos como o alagoano Arthur Ramos dedicou singulares estudos sobre as manifestações afro no Brasil e, em especial, no Penedo. Há pouco mais de 10 anos, a pedido da Casa do Penedo, o professor José Maria Tenório Rocha da Universidade Federal de Alagoas realizou minucioso estudo sobre os terreiros no Penedo, informando que, naquela época, cerca de 45 encontravam-se em pleno funcionamento.

Atualizado às 11h16