Os alunos do Teatro Universitário da UFMG encenam a peça Gold: as múltiplas contradições sobre a Terra, de 10 a 27 de março, em Belo Horizonte, na Funarte MG. O retorno presencial dos espetáculos de formatura e os 70 anos do T.U. da Universidade Federal de Minas Gerais são as marcas do espetáculo – que conta com texto e atuação dos formandos. A entrada é gratuita.
A obra “tem no planeta, na terra, no chão das cidades e das florestas” a inspiração, de acordo com os artistas”. Eles dizem que o texto “aponta dicotomias urgentes: preservar, ou destruir? Semear, ou desmatar? De quem é a culpa do caos que vem se instalando (crise climática, o desmatamento, o excesso de carros)? Queremos ficar nesse mundo ou ir de encontro a outro? Existe alguma esperança que nos motive a acreditar em uma regeneração planetária?”; com o alerta: “É oito, ou oitenta: se não for agora, nunca mais será”. Os criadores comentam que, dentre tantas perguntas, “cabe agora, aos bem-vindos espectadores, responderem e refletirem a partir da proposta sobre a preservação do chão que vivemos e que nos alimenta”.
Os(as) alunos(as) apontam que Gold “joga luz sobre vários pontos de vista, humores, situações e texturas desta terra”, e que, ao questionar se “há um futuro possível para o planeta e seus viventes”, a peça “passa a confrontar a beleza, o silêncio, a vida sem hierarquias e a sacralidade da terra com sua exploração, violação, ambição e destruição”. Acrescentam que o trabalho trata do “espaço-tempo: daquilo que nos deixaram, daquilo que está em nossas mãos e daquilo que temos a dar enquanto habitantes da terra-mãe, potente, feminina” sobre a qual “imprudentes exploração e destruição avançam”. A obra foi construída coletivamente, “a partir das inquietações” dos alunos e do diretor do trabalho, o prof. Tarcísio Ramos.
Sobre o Teatro Universitário
“Completando 70 anos em 2022, o Teatro Universitário da UFMG tem oferecido para artistas de Minas Gerais e do País o seu curso de formação profissional em teatro. Exerce importante influência no cenário artístico e cultural, desde a década de 50. Também desenvolve importantes projetos de pesquisa e de extensão na Universidade. Atualmente, o curso tem duração de três anos e se encerra com a realização de um espetáculo teatral”, observa a Funarte MG.
“A liberdade de criação, lado a lado à responsabilidade dos quatro atuantes-formandos (Ana Luisa Cosse, Fernando Dornas, Tai Pimenta e Victor Velloso) em erguer uma montagem foi sustentada por uma equipe de profissionais em grande número, sendo esta uma das vantagens de se experienciar a seriedade do trabalho cênico-teatral em uma instituição de ensino”, acrescenta o T.U. – UFMG.
Novo contato direto com o público
Comemorando o início do reencontro presencial com as plateias, após dois anos de atividades somente virtuais por causa da covid 19; a – que incluiram uma formatura virtual, em 2021 –, a UFMG também começa as celebrações dos 70 anos do seu Teatro Universitário. “A escola, fundada em 1952, era tida em seus primórdios como uma plataforma de realização de montagens na capital. Não entendia-se, à época, que a ânsia daqueles que a originaram era de proporcionar uma formação efetiva para os atores daquela geração (que atuavam pelo puro ímpeto do fazer artístico), bem como para as gerações que viriam adiante. As portas foram abertas e, em mais um ano, aqueles que por elas entraram semeiam as terras por onde pisam ao sair”, conclui o T.U..