Baianas não realizaram o gesto simbólico da lavagem do ?Beco da Preguiça?
Desde o início do resgate histórico da Lavagem do Rosário, ritual que marca a abertura dos festejos carnavalescos em Penedo, o gesto simbólico sempre acontecia em três atos: O cortejo das baianas percorrendo as principais ruas de Penedo, a lavagem do ‘Beco da Preguiça’, no Rosário Estreito e o último, nas escadarias da Igreja do Rosário, com a lavagem e o gesto de entregar flores aos presentes.
Em 2015, além do atraso de três horas, o evento marcado para começar às 19hrs em programação divulgada pela Secretaria de Cultura de Penedo, o ritual só chegou às escadarias por volta das 22hrs, com passagem rápida pelo Rosário Estreito, ‘pulando’ a lavagem do ‘Beco da Preguiça’.
Apesar das mudanças, que geraram reclamações dos adeptos do sincretismo religioso, centenas de pessoas acompanharam o ritual das baianas, comandado pelo Babalaorixá Bobó, líder de uma casa de candomblé de Penedo.
Segundo ‘Pai Bobó’, “A lavagem das escadarias da Igreja do Rosário com água de cheiro e muitas flores é uma forma simbólica de agradecer aos Deuses para que todos tenham um ano repleto de graças e que o carnaval seja uma festa tranquila para todos os foliões que vão participar. Além de mostrar devoção e fé a padroeira Nossa Senhora do Rosário”.
Com o encerramento do ritual dos adeptos das religiões de matriz africana, o frevo seguiu por horas, animando o corredor da folia, entre a Praça Jácome Calheiros e a Marechal Deodoro (Rosário Largo).
Frevo e folia
No QG da folia, em 2015, como divulgado pelo secretário de Cultura, Hugo Menezes, apenas o frevo no primeiro dia de carnaval. Teve de tudo, até o irreverente Bloco do Caixão, que tem como fundador e principal folião, o arquiteto penedense André Barros Duarte.
“Este ano é muito especial para a nossa agremiação [risos]. Estamos completando dez anos que saímos pelas ruas de Penedo e participamos também do carnaval de Neópolis. Então, estamos mostrando para todos que o defunto está mais vivo do que nunca”, brincou o folião.
Duarte há dez anos se reúne com amigos da Santa Cruz e coloca o Bloco do Caixão na rua. E a cada edição, Dona Ivani e seu filho Rodrigo Lira, fazem questão de fazer com que a brincadeira aconteça. Eles na semana do carnaval doam a urna fúnebre para a brincadeira.
Ainda percorreram o corredor da folia: a Batucada Unidos do Bairro, o Bloco Pergunte a Ela e as orquestras de frevo Temperado, Azes do Frevo, Frevo Folia, Penedo Fitness e Jatobá Jazz Frevo. Além da cinquentenária e tradicional Boneca Raquel e o Tadeu e seus Bonecos, em seu último carnaval em Penedo. O folião, carnavalesco e artista plástico, confidenciou que depois dos festejos de momo vai se mudar para o Rio de Janeiro, onde vai trabalhar em uma escola de samba.
