Junho é sinônimo de festividade e na capital sergipana o ciclo junino é marcado por um evento tradicional: o Forró Caju. Depois de dois anos sem a realização desse evento no formato presencial, a expectativa para a edição de 2022 da maior festa junina de Sergipe está em alta para todos, seja para aqueles que vão se divertir com as atrações musicais que vão se apresentar nos dias de festa, ou para quem vai aproveitar do momento e trabalhar, a fim de incrementar a renda de casa este mês.
Este ano, em meio à estabilidade econômica provocada por fatores internos e externos ao Brasil, a alta da inflação provoca certas dificuldades nas famílias do país, o que reflete também aqui em Aracaju. Nesta situação, o Forró Caju, para aqueles que trabalham durante os dias de realização do evento, se torna uma forma de encontrar um equilíbrio para pagar as contas do mês, investir na compra de algum item para a casa ou para outras funcionalidades do dia e um dos principais personagens beneficiados com essa festa são os vendedores ambulantes.
Na semana passada, a Empresa Municipal de Serviços Urbanos de Aracaju (Emsurb) deu início ao cadastramento dos ambulantes que pretendem comercializar bebidas e alimentos nos dias de festa do Forró Caju 2022, processo que culminou com o sorteio dos 186 pontos de comercialização dispostos no local do evento, que será realizado nos dias 23, 24, 25, 26, 28 e 29 de junho.
Rosângela dos Santos já foi sorteada em outras edições do Forró Caju e se cadastrou mais uma vez este ano para voltar a comercializar seus produtos durante o evento. A esperança é de que as vendas sejam boas para que possa comprar aquilo que deseja, uma cama nova e confortável que melhore suas noites de sono e o descanso depois dos dias de trabalho.
“Quando eu tive sorte de ser sorteada para vender no Forró Caju, eu trabalhei. Já vendi diversas coisas como cervejas, churrasquinho e tudo mais, mas agora eu quero tentar só o isopor de cerveja. O dinheiro que a gente faz na festa é uma ajuda a mais, dá pra pagar umas conta que tá pendente, dá pra comprar uma coisinha pra casa, aí dessa vez eu tô querendo comprar uma cama. Estou precisando de uma cama e eu vou trabalhar pra conseguir. A expectativa é que esse ano dê pra gente tirar um dinheirinho para gastar e retornar ainda com um ganho”, afirmou.
Há cinco anos, Jorge Marques trabalha como ambulante durante festas que são realizadas na capital sergipana e sentiu na rotina as consequências da pandemia de covid-19 que provocou o isolamento social como forma de garantir segurança sanitária para a população e preservar as vidas. O prejuízo ao longo dos meses foi grande, mas agora que o Forró Caju no formato presencial está de volta, o dinheiro obtido com as vendas no evento será utilizado para quitar as dívidas.
“Há muitos anos trabalho como ambulante, mas este ano de 2022 eu vou trabalhar com box, que é a venda de cerveja durante o Forró Caju. A minha expectativa é grande, pelo fato de que tivemos dois anos parados e agora a gente acha que as vendas vão superar esse tempo parado. O povo está carente de festas assim, então a expectativa é justamente por isso, pela falta de festas que estava tendo e agora como voltou a ser liberado a chance de faturamento está boa. Com a volta do Forró Caju, quem está com as contas pendentes, e tem muita gente que está, inclusive eu, coloca uma fé na festa para aproveitar e botar em dia as contas. Para gente, festejos juninos é a festa mesmo, é o momento de trabalhar pra ganhar dinheiro”, destacou.
Cláudia Suzana trabalha como ambulante no Forró Caju desde que a festa foi iniciada na cidade e acompanhou o evento virando tradição da capital e de todo o estado de Sergipe. “O Forró Caju é uma festa que reúne todo mundo, é onde a gente pode tirar um dinheirinho a mais e esse ano que a gente está de volta com a festa, depois de dois anos sem ela no formato presencial, temos uma programação bem elaborada. Espero que este ano seja bem organizado, como toda a vida foi, e vamos lá. Vamos correr atrás para a gente ganhar um pouco mais. Quero juntar um dinheirinho na festa pra poder pagar as dívidas, porque o momento atual está muito difícil”, explicou.