Com forte apelo histórico e cultural, a região Quilombola de Alagoas se destaca como berço da resistência negra e, em sua essência, guarda o passado de luta e tradição do povo alagoano. Neste mês de novembro, a procura pelo destino Quilombos e o fluxo de turistas na região deverá aumentar consideravelmente devido à celebração da Consciência Negra, comemorada no próximo dia 20.
Para discutir o turismo na região, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo (Sedetur), em parceria com a Fundação Cultural Palmares, realiza dentro da programação especial o Seminário Turismo Cultural Étnico sob a Perspectiva da Economia da Cultura, debatendo, junto à comunidade local, as perspectivas e políticas públicas voltadas para o desenvolvimento da região como potencial turístico.
ROTEIRO
Composta por 23 municípios, com foco para as cidades de Murici, União dos Palmares, São José da Laje e Viçosa, a região Quilombos representa a diversidade da oferta turística do Estado, impulsionando o turismo cultural que dialoga, diretamente, com a memória de construção do Brasil.
No roteiro, o turismo de aventura é garantido pela Cachoeira do Tiririca, localizada em Murici e que representa um santuário ecológico, possibilitando aos visitantes a prática de rapel e trilhas.
Considerada Patrimônio Material pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a Serra da Barriga, localizada em União dos Palmares, foi o maior e um dos mais importantes quilombos brasileiro. No roteiro, o Parque Memorial Zumbi dos Palmares conta a trajetória da figura de Zumbi, em um espaço composto por paredes de pau-a-pique e cobertura vegetal, trilhas e mirantes que despertam o universo de expressão da cultura negra de Alagoas.
“A diversificação nos destinos de Alagoas é uma das principais vertentes do trabalho do Governo. É necessário promovermos e divulgarmos esses pontos históricos, de uma riqueza cultural inquestionável, que despertam o interesse nos nossos visitantes”, declara a secretária de Estado do Desenvolvimento Econômico e Turismo, Jeanine Pires.
CULTURA
Ainda na Serra da Barriga, no tradicional povoado quilombola Muquém nasce uma das principais tipologias do artesanato alagoano: o barro. Conhecida internacionalmente, a produção de diversos objetos e utensílios que utilizam a matéria-prima representa a principal fonte de renda das famílias que habitam o povoado e repassam, de geração a geração, a arte manual.
Berço do poeta alagoano Jorge de Lima, as obras e memórias do romancista podem ser conhecidas em seu Museu, que abriga livros, fotos e poemas do autor.
Quem deseja conhecer um pouco mais sobre o feminismo em Alagoas não deve dispensar a visita ao Museu Casa Maria Mariá, ainda em União dos Palmares. Fundado em 1993, o casarão histórico abriga móveis, utensílios, artesanato, artigos jornalísticos e fotografias colecionadas e catalogadas pela militante e que contam a história de sua luta pela liberdade feminina e educação moderna.
No município de São José da Laje, a Igreja Matriz de São José se destaca por sua estrutura em arquitetura barroca, atrativa para os visitantes do segmento turismo cultural e religioso.
Em Viçosa, o ecoturismo e o turismo de aventura caracterizam o passeio pelas trilhas ecológicas, Serra dos Dois Irmãos, Cachoeira do Anel, e Casas de Engenhos.
Para uma experiência completa, a gastronomia, os folguedos e as representações culturais tornam singular o passeio à região Quilombos, onde cada localidade guarda informações indispensáveis para quem busca entender a diversidade e riqueza histórica de Alagoas.