Além de contribuir com o fomento da produção cênica em Sergipe, o Festival Sergipano de Teatro carrega a bandeira da democratização do acesso à cultura. Desde a sua primeira edição, o Governo de Sergipe, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), promove o acesso gratuito da população a espetáculos e, assim, proporciona momentos inesquecíveis para quem nunca havia vivido a magia do teatro antes.
Dona Gevalda Bezerra, de 74 anos, por exemplo, jamais esquecerá a tarde do dia 4 de abril de 2014, quando saiu de sua casa na Taiçoca de Fora, em Nossa Srª do Socorro, para ir ao teatro pela primeira vez. “É tudo muito bonito”, disse após passar pelo hall do Teatro Atheneu e acomodar-se em um dos assentos da casa. Após assistir à apresentação da Companhia Cigari, disse o que achou. “Meu Deus! Que coisa mais linda, encantadora mesmo”, opinou. “Quero vir mais vezes”, finalizou.
A balconista Silvania Félix era uma das pessoas que estavam pela primeira vez no teatro. Ela viu a divulgação do Festival pela TV e foi incentivada pelo filho, Lucas Kemonny, a ir à apresentação. “Nunca, nem eu nem ele, tínhamos visto uma peça de teatro, e posso te dizer: estou saindo maravilhada. Foi tudo lindo, emocionante”, afirmou. Para ela, que assistiu ao espetáculo ‘Os Saltimbancos’, o fato de a apresentação ser gratuita foi crucial para sua presença.
O funcionário público Luciano Freitas também viu pela primeira vez uma peça de teatro no encerramento do festival neste ano. Ele, que foi à apresentação para levar os dois filhos, conta que o fato de os espetáculos para adultos terminarem geralmente tarde, dificulta sua ida ao teatro.”Como moro em Itaporanga D’ajuda, fica difícil vir a Aracaju pela noite para ver uma peça. Esta, nesse horário, foi muito bom, pois pude trazer meus filhos e também apreciar o espetáculo”, disse.
Para ele, o espetáculo foi mágico. “Teatro é uma coisa muito bonita. Peças como essa nos fazem voltar a ser criança”, falou Luciano, que possivelmente teve brilho no olhar semelhante ao do pequeno Lucas Pereira, de oito anos, que sentiu pela primeira vez a magia do mundo cênico durante as apresentações ao ar livre no Museu da Gente Sergipana. Tímido, ele apenas acenou a cabeça e deu um sorriso quando perguntado se tinha gostado da experiência e se gostaria de repetir o programa mais vezes.
Dever cumprido
A secretária de Estado da Cultura, Eloísa Galdino, fala que é emocionante saber que o festival está proporcionando momentos como esses. “É sensação de dever sendo cumprido. Os locais onde são apresentados os espetáculos do festival são espaços públicos, que pertencem a todos. Quando alguém que nunca pisou nestes lugares antes vai atraído pela programação do evento, é uma grande vitória pra nós, pois essas pessoas estão se aproximando de algo que é delas, mas que, por um motivo ou outro, se sentia distante daquele mundo”, acredita.
Eloísa afirma ainda que ações como o festival estão contribuindo de forma significativa para a formação de platéia. “Percebemos que a realização desse evento está mudando o público do teatro sergipano. Antes, a platéia era composta, em sua maioria, pelos próprios artistas, amigos e familiares dos que subiam ao palco. Hoje, com o festival, freqüentemente as casas de espetáculo atingem lotação de um público novo, que está aprendendo a valorizar a arte produzida em sua terra”, acredita.
Sobre o festival
Em 2014 o Festival Sergipano de Teatro foi realizado pelo Governo de Sergipe,através da Secult, em parceria com o Instituto Banese. O evento contou com o apoio do Sindicato dos Artistas e Técnicos de Espetáculos de Sergipe (Sated-SE) e do RioMar Shopping.
