Resultado das oficinas
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) por meio da equipe profissional do Centro de Atenção Psicossocial, Álcool e outras Drogas (Caps AD) 24h, Doutor Everaldo Moreira, reuniu na tarde desta quinta-feira, usuários da unidade e de outros Capsis para realizar uma festa junina. Familiares, profissionais e moradores de rua que não são atendidos pelo Programa Consultório na Rua também participaram da comemoração, que teve direito a apresentação dos resultados obtidos com as oficinas de capoeira, de percussão e de fotografia. Também não faltaram quadrilha matuta e outras brincadeiras típicas do período.
O Caps AD 24h Doutor Everaldo Moreira atende um público externo diário, de 90 a 100 pessoas e mantém atualmente 13 usuários em internamento. “Esse pessoal que fica interno é normalmente pessoas que vivem em vulnerabilidade social. Aqui elas são acolhidas, tratadas e depois de uns quinze dias, encaminhamos para uma comunidade terapêutica”, explica a enfermeira Andréa Costa.
Superação
Alberto Soares da Silva, de 40 anos, está há 120 dias sem usar drogas, nem álcool. Funcionário federal, maquinista, Alberto conta que passou 23 anos de sua vida usando drogas como cocaína, maconha, crack, álcool e cigarro comum. “Não posso dizer que sou uma pessoa recuperada, pois para o dependente químico, cada dia que ele resiste ao uso da droga é uma grande batalha que ele vence”, observa.
Sua resistência e força de vontade desde que chegou no Caps AD, por meio da ex-mulher, tornaram Alberto um bom exemplo para os usuários do Centro. Por conta disso, Alberto Soares já recebeu a responsabilidade de ser vice-gestor da unidade. “Sento com usuários, escuto cada um deles, às vezes discuto, dou bronca… Somos todos seres humanos e precisamos um dos outros para superar as nossas dificuldades”, resume o ex-usuário.
Oficinas
O Caps AD Doutor Everaldo Moreira tem uma ampla equipe multidisciplinar que faz parte do atendimento e acolhimento. Médicos clínicos gerais, psiquiatras, neurologistas, educadores físicos, assistentes sociais, psicólogos, terapeutas ocupacionais, enfermeiros, técnicos em enfermagem e os oficineiros.
Atualmente a unidade oferece aos usuários internos e externos, várias oficinas, como a de capoeira, fotografia e artesanato, onde aprendem também a confeccionar objetos com material reciclável. “Para conseguir os instrumentos fundamentais para a realização de algumas dessas oficinas nós mantemos um contato com universidades, fazendo pedido pelas redes sociais e também no boca a boca por parte dos profissionais”, ressalta a nutricionista da equipe Lívia Lobo.
A oficina de fotografia já rendeu frutos. A professora e fotógrafa, Rose Dias, junto com seus alunos já abriu uma página numa rede social, intitulada “Projeto Luz Refletida”, onde são expostos os trabalhos realizados e os que foram para as exposições, assim como o pedido de doação de máquinas fotográficas para ampliar o número de alunos no grupo.
Nessa terceira exposição, Rose Dias selecionou dezoito fotos, com o critério das mais artísticas e personalizadas (mas parecidas com a personalidade do aluno-autor). “É um trabalho gratificante, pela dedicação, fascínio dos alunos e desejo de fazer sempre mais e melhor”, conclui a professora de fotografia.