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Alagoas

Fapeal e Embrapa apoiam agricultores da cadeia produtiva da mandioca


Pesquisadores saindo dos laboratórios para apresentar seus resultados a produtores rurais pode parecer algo distante, mas é exatamente o que vem ocorrendo em 14 municípios do Estado. A ação ocorre graças ao projeto Melhoria da Competitividade da Cadeia Produtiva da Mandioca no Agreste Alagoano.

A iniciativa é co-financiada pela Embrapa e pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal), que destinou R$ 124 mil em auxílio à pesquisa e duas bolsas de iniciação científica, desde 2013, viabilizando três anos de trabalho na área da mandiocultura.

Numa ação intitulada “Dia de Campo”, os doutores em Agronomia Antônio Santiago, vinculado à Embrapa Tabuleiros Costeiros, e Vicente Cezar, do Instituto Federal de Alagoas (Ifal), em Marechal Deodoro, apresentaram para os agricultores os resultados mais recentes de suas pesquisas sobre a mandioca de mesa, conhecida por macaxeira. O evento ocorreu numa área de plantio localizada entre os municípios de Junqueiro e Teotônio Vilela, na quarta-feira.

A parceria entre pesquisadores e produtores se dá antes mesmo dos resultados aparecerem. “Como não temos uma estação experimental, geralmente usamos a área cedida por pequenos produtores”, explica o professor Santiago, coordenador do projeto.

As palestras trouxeram informações cientificamente testadas e considerações concretas sobre todas as etapas da produção, desde as melhores práticas de plantio, passando por questões de lucro e produtividade, até o tempo de cozimento, conservação adequada e o sabor para o consumidor final. O projeto também leva em conta questões específicas locais, como sazonalidade, disponibilidade ou ausência de irrigação e demandas da indústria por matéria-prima.

Soluções biossustentáveis

Também foram abordadas soluções tecnológicas simples e baratas para os graves problemas ambientais causados pelas casas de farinha, onde a mandioca é beneficiada. Os transtornos são devido à escassez de madeira para lenha e ao descarte inadequado da manipueira, resíduo tóxico do vegetal, diretamente no ambiente. Já estão sendo pesquisadas soluções biossustentáveis para essas questões, de forma integrada com a criação de animais, testando-se ideias como o uso de esterco para produção de biodiesel e gases combustíveis e aplicações alternativas da manipueira, por exemplo, no controle de pragas.

Na ocasião, os mandiocultores puderam fazer perguntas e tirar dúvidas. De acordo com eles, o evento é importante porque traz informações sobre custos e tempo de seus cultivos. “Hoje se vive muito desemprego e os trabalhadores estão indo para outros estados. Aquele que tem um pedacinho de terra e sabe que pode produzir mais do que vem produzindo pode ficar mais animado”, comenta Manoel Cícero dos Santos, agricultor e membro do Sindicato dos Produtores Rurais de Junqueiro.