Oxford Porcelanas busca ambiente favorável para instalação no Nordeste
O secretário de Estado do Planejamento e do Desenvolvimento Econômico, Luiz Otavio Gomes, recebeu empresários da Oxford, tradicional porcelanaria catarinense, nesta quarta-feira (31). O encontro serviu para que os investidores fossem orientados quanto aos benefícios do programa de incentivos fiscais, fornecidos à instalação de novas indústrias no Estado. Para a sua fase inicial, que compreende apenas a construção da fábrica, o projeto prevê a aplicação de R$ 47 milhões, além da contratação de mão de obra que gira em torno de 563 pessoas.
Com mais de 58 anos de atuação, a Oxford se tornou uma das maiores fabricantes de porcelana, cerâmica e cristais das Américas. Sediada em São Bento do Sul e com filial em Pomerode (SC), a empresa busca expandir seu campo de atuação, motivo pelo qual prioriza o Nordeste para as suas novas instalações.
“Já que temos nossas duas unidades no Sul, visualizamos essa outra região como um novo quadro de investimentos, e ele é atrativo”, disse o diretor Antônio Marcos Schroth. De acordo com o investidor, esse cenário é animador, já que recentemente foram impostas limitações para o mercado chinês no Brasil, grande concorrente do segmento, que obtinha aproximadamente 60% do mercado.
“Os chineses agora vão lidar com uma sobretaxa que chega aos 200%. É natural que fiquemos com uma boa fatia do que eles costumavam abranger, mais do que já temos hoje. Por isso estamos focados nos investimentos nas fábricas que já temos em Santa Catarina, mas isso não é suficiente. Se pegarmos 10% dessa fatia, já seria dobrar a nossa produção, e é nesse ponto que nos interessamos por uma nova fábrica”, explicou Antônio.
Projeto – O escopo do projeto apresentado pelos empresários compreende a aquisição de uma área de 100 mil m², onde o grupo pretende construir a fábrica, investindo cerca de R$ 47 milhões para a sua edificação em 50 mil m² desse total para a primeira etapa. Em um segundo momento, a Oxford pensa na construção de um centro de distribuição, para otimizar o despacho de seus produtos, nos outros 50 mil m² restantes.
Fatores como o consumo de gás natural e os gastos de energia previstos também são relevantes para a escolha de instalação do empreendimento. No caso da fábrica da Oxford, serão consumidos 25 mil m³ de gás natural e mais 250 m³ de água por dia.
Verificadas essas demandas, o secretário Luiz Otavio Gomes relatou algumas áreas que atendem às necessidades do empreendimento, entre eles, está o Polo Multifabril Industrial José Aprígio Vilela, localizado em Marechal Deodoro.
“Hoje, o Estado produz dois milhões de m³ de gás natural/dia. No caso do Polo, contamos ainda com o abastecimento de energia proveniente de uma subestação, que tem uma capacidade além do que é demandado por todas as indústrias que estão lá, mesmo considerando as que ainda estão irão se instalar”, revelou.
Incentivos – Ao explicar o funcionamento do Programa de Desenvolvimento Integrado do Estado de Alagoas (Prodesin) aos empresários, o secretário Luiz Otavio Gomes citou o trabalho diferenciado proposto pelo governo alagoano no que concerne à prospecção de novas indústrias.
“Temos percorrido esse Brasil, exatamente com esse objetivo, para mostrar que Alagoas oferece as melhores condições de instalação. Exemplo disso é a vinda de indústrias como a Krona para o Estado, empresa altamente importante para a Cadeia Produtiva da Química e do Plástico Alagoana (CPQP)”, ressaltou.
Com os incentivos fiscais, creditícios e locacionais ofertados pelo período de 15 anos, o Programa fornece vantagens como o diferimento do imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual, intermunicipal e de comunicação (ICMS) para a aquisição de equipamentos, matéria-prima, consumo de energia e gás natural, e a venda ou permuta de terrenos a preços subsidiados e condições especiais para pagamento.
De acordo com o secretário adjunto de Desenvolvimento Econômico, Keylle Lima, esse é o Programa que detém o pacote mais vantajoso da atualidade. Outro ponto importante enfatizado pelo secretário foi o caráter de desburocratização adotado pelo Governo. Segundo ele, o avanço da Junta Comercial de Alagoas (Juceal) permite que empresas sejam abertas em poucos dias, dependendo do tipo de empresa, até em algumas horas.
Mão de obra – Uma preocupação dos empresários, a disponibilidade de mão de obra alagoana para desempenhar as atividades manuais da fábrica foi assegurada pelo governo. Com o requerimento de 563 trabalhadores, os empresários adiantaram que mais da metade dessas vagas devem ser destinadas a mulheres.
De acordo com o secretário Luiz Otavio Gomes, Alagoas possui um programa de capacitações muito forte. Em função da parceria com a Federação das Indústrias do Estado de Alagoas, Maceió abriga o 5º melhor Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) do País.
“Não será problema nenhum capacitar a quantidade necessária de pessoas que forem precisas para tocar a produção da Oxford. Para situá-los do atual panorama do nosso Estado, hoje, exportamos mão de obra alagoana para Pernambuco, tamanha a qualidade dessas capacitações. Tudo isso é resultado do investimento que empenhamos para oferecer um serviço de alto padrão ao empresariado de todo o Brasil”, concluiu o secretário.
