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Negócios/Economia

Exportações vão fechar 2010 em níveis pré-crise

As receitas de exportações devem fechar o ano em níveis semelhantes aos registrados antes da eclosão da crise econômica mundial, mas insuficientes para fazer frente ao aumento das importações. Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), as vendas externas devem alcançar US$ 198 bilhões em 2010, repetindo o resultado recorde de 2008.

A elevação das expectativas, no entanto, não significa que a meta de exportações tenha sido revista para cima. “Nossa meta continua em US$ 195 bilhões, mas acreditamos que as vendas externas possam encerrar 2010 em US$ 198 bilhões”, disse o diretor do Departamento de Planejamento da Secretaria de Comércio Exterior do MDIC, Roberto Dantas.

De acordo com o diretor, o Brasil está conseguindo manter o mercado externo, apesar da crise econômica nos países desenvolvidos e do dólar barato. A deterioração do saldo da balança comercial, segundo ele, deve-se ao comportamento das importações, que registraram média diária de US$ 868,8 milhões em novembro, valor recorde para todos os meses.

“O mercado [interno] está aquecido e as importações de fim de ano cresceram em novembro mais intensamente do que o esperado”, ressaltou Dantas.

Em relação a novembro do ano passado, as importações aumentaram 44,3%. As exportações também cresceram, mas em ritmo menor. A média diária foi de US$ 884,4 milhões, o maior valor para o mês e 39,8% superior ao registrado no mesmo mês de 2009. De janeiro a novembro, o país exportou US$ 14,933 bilhões a mais do que importou, contra US$ 23,106 bilhões no mesmo período do ano passado.

Em novembro, o superávit foi de US$ 312 milhões, 49% inferior ao saldo positivo de US$ 611 milhões de novembro de 2009. O resultado é o segundo pior do ano, só perdendo para janeiro, quando houve déficit de US$ 8,9 milhões. “Novembro, tradicionalmente, tem saldo menor do que outros meses, mas este ano a retração foi um pouco maior”, disse Dantas.

De janeiro a novembro, as vendas externas aumentaram para todos os blocos econômicos, com destaque para China (41,6%) e Argentina (52,4%). Segundo o diretor do MDIC, o crescimento ficou abaixo da média apenas nas exportações para os Estados Unidos, ainda afetados pela crise econômica, e para a África.

As exportações para a União Europeia caíram de US$ 202 milhões em outubro para US$ 186 milhões em novembro, mas ainda estão superiores a novembro do ano passado, quando atingiram US$ 144 milhões. Para Dantas, a queda foi sazonal e a tendência é de aumento das vendas para o bloco econômico europeu. “O agravamento da crise na Europa ainda não afetou nossas exportações”, afirmou ele.