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Alagoas

Expansão da cana-de-açúcar no Nordeste é discutida em Maceió

Técnicos e pesquisadores estudam cenários futuros para a produção de cana-de-açúcar

Discutir os caminhos possíveis em direção ao futuro da expansão da cultura da cana-de-açúcar no Nordeste Brasileiro. Este foi o objetivo da oficina ‘Cenários de expansão da cultura da cana de açúcar no Nordeste Brasileiro’. Nos dias 27 e 28 de maio, 25 participantes convidados, entre especialistas em cana-de-açúcar, dirigentes de usinas de açúcar e etanol, gestores públicos e pesquisadores da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) se reuniram em Maceió para debater o tema.

A pesquisadora Nilza Patrícia Ramos, da Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna-SP), coordenou os trabalhos e apresentou a metodologia para as discussões nos dois dias. Divididos em grupos de trabalho para as áreas agrícola, industrial, meio ambiente, social e de mercados, os participantes refletiram e debateram sobre futuros alternativos num horizonte de até 21 anos à frente, apontando os pontos críticos.

Expansão com base no aumento da produtividade

Pesquisas de diagnóstico realizadas junto ao setor produtivo anteriormente fundamentaram os debates. Os critérios adotados para discussão das variáveis foram eficiência, competitividade e sustentabilidade do setor sucroenergético no Nordeste. Nilza Patrícia disse que foi ponto de consenso na oficina a necessidade de expansão da cana pelo aumento de produtividade na região. “Não há probabilidade de aumento de áreas, e em alguns estados houve até redução dos espaços plantados. A intensificação tecnológica, com eficientes técnicas de manejo, tem sido responsável pelo aumento da produtividade e isso deve se manter no futuro”, explicou.

Saulo Coelho (Embrapa)O pesquisador Antônio Santiago, da Embrapa Tabuleiros Costeiros (Aracaju-SE), que lidera o projeto de pesquisa em rede, acredita que a diversidade de conhecimento dos atores de vários segmentos enriquece a discussão e produz resultados mais confiáveis. “As informações discutidas serão utilizadas para dar direcionamentos ao projeto. Estamos certos de que essas ações irão contribuir e muito para a competitividade e sustentabilidade do setor no Nordeste”.

Para o químico Tiago Delfino, responsável técnico do Sindicato dos Produtores de Açúcar e Álcool de Pernambuco, a dinâmica adotada na oficina promoveu uma participação mais efetiva de todos os integrantes. “Foi muito produtivo e oportuno, e consolida a importância da Embrapa para agregar valor à cadeia produtiva do setor com suas pesquisas”.

Próximo encontro acontecerá em agosto

Os grupos levantaram variáveis para cada uma das áreas dos grupos de trabalho. No próximo encontro, que acontece em agosto, o grupo irá consolidar os futuros e os cenários para cada grande tema. As atividades deverão ser concluídas até setembro, segundo Nilza Patrícia. Iniciado há quatro anos, o projeto coordenado pela Embrapa Tabuleiros Costeiros será concluído no final de 2010, investimentos em pesquisa da ordem de R$ 4 milhões que envolve sete unidades descentralizadas da Embrapa e tem a parceria de órgãos federais estaduais, além de universidades de todas as regiões e centros de pesquisa nacionais e internacionais.