Ele foi aluno da primeira turma de administração do Campus Arapiraca da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e hoje é uma das lideranças no afronegócio no Estado. Co-fundador da Rede Cenafro, CEO da Formmer Afro Consultoria, consultor em afroempreendedorismo e gestão de Afronegócios, o que Jonathan Silva pretende agora é partir num intercâmbio para a África do Sul.
Sempre envolvido em projetos voltados para a liderança jovem, Jonathan conta que percebeu que sua verdadeira vocação era despertar nas pessoas o que elas têm de melhor. “Em 2016 fundei junto com um sócio na época a Rede Cenafro e fomos pioneiros em trazer a discussão do afroempreendedorismo em Alagoas. Durante esta jornada impactamos vários afronegócios com orientações de gestão com uma perspectiva afroncentrada”, diz. Quando chegou a pandemia a parceria acabou foi então que nasceu a Formmer Afro Consultoria. “Nesta ministrei mentorias para o fortalecimento de negócios de mulheres pretas de Alagoas e em outros Estados”, conta.
Após ser contemplado em 2020 com a primeira edição do Edital Caminhos da Fundação Tide Setubal, que visa o desenvolvimento de lideranças negras, e também com o Prêmio Pretos Empreendedores da Central Única das Favelas (Cufa), ele buscou aprofundar o olhar num modelo de gestão voltado ao afronegócio. “Isso traz a narrativa da ancestralidade. Assim, desenvolvi uma metodologia voltada para o atendimento de empreendedores negros, e percebi a necessidade de ter uma experiência internacional e também entender como o empreendedorismo negro acontece em outros países, além de aperfeiçoar meu inglês”, explica.
Intercâmbio
“Escolhi a África do Sul, Cape Town, como destino para ir em busca de uma reconexão com a minha ancestralidade, praticar o meu inglês e conhecer as políticas públicas de fomento para afroempreenderes locais”, revela. Jonathan criou uma campanha de financiamento coletivo e pretende arrecadar no mínimo R$ 15 mil reais para dar início à jornada.
Ele conta ainda que sua trajetória na Ufal foi importante para suas conquistas. “Fui da primeira turma de administração do Campus Ufal em Arapiraca e durante o período da graduação me envolvi com projetos de Iniciação Científica, além de ser um dos primeiros da turma a obter estágio em instituições e projetos pioneiros, como o projeto Agenda 21 da Prefeitura Municipal de Arapiraca e dos Arranjos Produtivos Locais – APL’s (móveis, mandioca e de horticultura) do Agreste, no escritório Regional do Sebrae em Arapiraca. Estas experiências me permitiram conhecer um pouco mais sobre as potencialidades da minha região e ao mesmo tempo entender como o desenvolvimento sustentável possui este olhar global, mas com ações locais”, avalia.
O jovem acredita que realizar um intercâmbio com uma perspectiva afrocentrada seja um pontapé inicial para a conhecer o continente africano sobre uma outra narrativa. “É me apoderar do conhecimento sobre a terra dos meus ancestrais, além de se conectar com a multiculturalidade africana, e conhecer de perto a política do black economic power que favorece especialmente empresas que dão oportunidades a população negra. Prometi para mim que a minha primeira viagem internacional seria para algum país do continente africano, com um intuito de me reconectar com a minha ancestralidade e por fazer uma viagem com um olhar que leva em consideração a afrocentricidade”, completa.