Matheus Soares Omena dos Santos matou o próprio filho, Anthony Levi, de apenas quatro anos
O julgamento de Matheus Soares Omena dos Santos, acusado de matar o próprio filho, Anthony Levi, de apenas quatro anos, foi concluído nesta quinta-feira, 18 de setembro, com a condenação do réu a 52 anos e 4 meses de prisão em regime inicialmente fechado. O júri, marcado por forte comoção, foi conduzido pelo magistrado José Eduardo Nobre Carlos, ex-juiz de Penedo, conhecido na cidade pelas decisões firmes e pela proximidade com a população durante o período em que atuou no município.
A sentença foi proferida na 8ª Vara da Capital, em Maceió. Dos anos de condenação, 50 correspondem ao homicídio duplamente qualificado – por motivo fútil e envenenamento – e dois anos e quatro meses pelo crime de fraude processual. O magistrado também determinou indenização de R$ 100 mil à mãe da criança, Ingrid Nascimento, e a perda do poder familiar de Matheus sobre outro filho de relacionamento diferente.
O crime, ocorrido em maio de 2024, chocou Alagoas pela crueldade. Matheus envenenou o menino com “chumbinho” misturado ao mingau, como forma de vingança contra a ex-companheira. Ele ainda tentou incriminar a escola do filho, descartando o frasco do veneno na creche e dando entrevistas à imprensa como se fosse vítima.
Durante o julgamento, a mãe de Anthony prestou depoimento emocionado. “Meu filho foi traído por alguém que ele amava. É uma dor que nunca vai passar”. O promotor Flávio Costa ressaltou a gravidade do caso. “O pai deveria estar protegendo, guardando, zelando. Anthony morreu de forma agonizante. Em 30 anos de atuação, nunca vi um crime tão cruel e perverso”.
José Eduardo Nobre Carlos, cuja atuação em Penedo lhe rendeu reconhecimento pela comunidade, conduziu o júri com rigor técnico e sensibilidade diante da dor dos familiares. O promotor reforçou que “num júri não existem vitoriosos”, enquanto a defesa, feita pela Defensoria Pública, destacou o dever de assegurar o contraditório, mesmo em casos de confissão.
Matheus Soares Omena dos Santos, de 25 anos, permanece preso no sistema penitenciário alagoano. Ele precisará cumprir ao menos metade da pena para poder pleitear progressão de regime, o que só deverá ocorrer após os 50 anos de idade.
