O Ministro de Relações Exteriores da Bolívia, David Choquehuanca, disse hoje que o presidente Evo Morales tem a intenção de participar da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), prevista para junho, no Rio de Janeiro. Mas o ministro ainda não confirmou a presença do chefe de Estado boliviano no evento. David Choquehuanca se encontrou hoje com o chanceler brasileiro, Antonio Patriota.
Após o encontro, Choquehuanca comentou o acordo firmado em janeiro entre Bolívia, Brasil e Estados Unidos para combate ao narcotráfico. Disse que o tráfico de drogas ameaça não somente o Brasil ou a Bolívia, mas “a humanidade” e que o governo boliviano está consciente de que deve “trabalhar de maneira compartilhada com todos o os governos”.
Pelo acordo, os Estados Unidos e o Brasil disponibilizarão fundos e assistência técnica à Bolívia, incluindo o monitoramento por satélite das áreas de cultivo da folha de coca, matéria-prima da cocaína. Após intensas negociações diplomáticas, o acordo foi assinado três anos depois que o governo boliviano expulsou do país a Força Administrativa de Narcóticos dos Estados Unidos, em meio a acusações de interferência política. A Bolívia é o terceiro maior produtor de cocaína no mundo e o maior exportador da droga para o Brasil.
Após a conversa com o colega boliviano, Antonio Patriota informou que o Brasil quer cooperar com a Bolívia na área de marcos regulatórios, no momento em que o país andino começa a discutir uma lei para atrair investimentos estrangeiros. Segundo Patriota, o Brasil tem interesse em ajudar, oferecendo, inclusive, especialistas na área de regulação.