×

Sergipe

Estrangeiros e brasileiros se encantam com as tradições juninas

Para quem nasce na região Nordeste, a simbologia junina é uma realidade permanente. Seja no cheiro característico do mugunzá ou no som inconfundível do triângulo, o nordestino sabe reconhecer a chegada do mês de junho. E se, para os nativos, o encanto pelas tradições festivas se renova a cada ano, não é difícil imaginar o deslumbramento de quem vem de fora e aterrissa em Sergipe neste período. Ainda mais quando o destino escolhido é o Arraiá do Povo.

“Acho muito bonitas as roupas… como se chamam mesmo essas roupas?”, indagou o sueco Bobby Malnstrã, casado há 14 anos com a sergipana Silvânia. “Caipiras”, respondeu ela, auxiliando no vocabulário pouco habitual ao marido. Ele já compareceu a outras edições do evento, mas, a cada nova oportunidade, admira-se com o que encontra aqui. “Eu gosto da festa, vem muita gente. É uma cultura variada”, explica o turista estrangeiro.

Ao som do Trio Piauí, primeira atração da noite desta terça-feira, 24, ele garante que tenta se familiarizar com o forró. “Não é minha dança local, mas eu treino”, afirma Bobby, natural de Lund, no sul da Suécia. Enquanto, na Europa, o balanço do ritmo nordestino é uma realidade distante, há quem encontre semelhanças com o swing latino. Pelo menos é essa a opinião do casal colombiano Santiago Roman e Jasmin Londonho, que veio pela primeira vez a Aracaju.

“O ritmo é parecido com a nossa salsa, mas é muito difícil”, afirma Santiago, apresentado ao forró justamente na noite de São João. “Do Brasil, só conhecia o carnaval”, revela o visitante sul-americano, que, além do trio pé-de-serra, pôde assistir às apresentações da Quadrilha Junina Assum Preto e do Samba de Pareia do povoado Mussuca (Laranjeiras). “Está tudo muito bom e bonito”, diz Santiago, apontando para as bandeirolas que colorem o cenário do Arraiá.

Forró autêntico

Nas noites do evento, a diversidade cultural do Brasil também é perceptível na Orla da Atalaia. Prova disso é Lourdes Pereira dos Santos: a turista gaúcha, que mora em São Paulo, ainda não conhecia Sergipe. “Cheguei no domingo [22] e hoje é o meu primeiro dia de festa. Estou gostando bastante, é muito animado. E a decoração é perfeita”, elogia Lourdes.

O Arraiá do Povo é uma realização do Governo de Sergipe, através das secretarias de Estado da Cultura (Secult) e da Comunicação (Secom), com patrocínio do Instituto Banese, da Torre e da Petrobras, contando ainda com o apoio da NET, do Sebrae e do Banco do Nordeste do Brasil (BNB).

Além do Trio Piauí, quem embalou essa oitava noite do Arraiá do Povo foram Batista do Acordeom, João da Passarada e o cantor Ismael. E a responsabilidade deles era grande. “Acho [o ritmo] muito bonito, mas não sei dançar”, confessa Lourdes. Pelo menos até 29 de junho, ela já sabe onde poderá aprender.