O homem como se vivesse angustiado pelo trágico sentimento da solidão, há muito vem se perguntando se está só na imensidão do universo. Essa consciência de um cosmo incomensurável, desconhecido seus limites, tanto aumenta a sensação de isolamento quanto a expectativa, pela probabilidade matemática, de não estarmos sozinhos. Inúmeras são as galáxias, milhões delas com milhões e bilhões de estrelas, planetas e outros corpos celestes. Diante dessa espantosa grandeza é mais do que razoável acreditar na existência de vida alienígena, especialmente vida inteligente. Afinal de contas, os elementos químicos são os mesmos em qualquer parte do universo. Por que somente a terra seria premiada com essas condições favoráveis para o surgimento da vida, tais como a disponibilidade de água, elemento imprescindível, distância apropriada do sol, não muito longe para ser fria em excesso ou muito próximo com insuportável calor.
Ultimamente está a astronomia a vasculhar o espaço estelar à procura de novos planetas. Muitos já foram descobertos. Nessa busca tenta-se encontrar algum ou alguns com as mesmas características da terra. Um já foi localizado a uma distancia de anos luz. Esse é o principal obstáculo para um conhecimento detalhado e também para a comunicação com outras possíveis inteligências, mesmo com o emprego de potentes antenas parabólicas. Isso não quer dizer que não se faça, mais cedo ou mais tarde, esse contato, empregando-se meio mais sofisticado para atingir maior espaço e distância.
A propósito desse contato com extraterrestres o que são os ÓVNIS cujos avistamentos há décadas são documentados? Os mais céticos, dentre eles a maioria dos astrofísicos, face a enorme distancia que nos separa das estrelas e seus planetas, dão toda espécie de interpretação, menos que sejam naves comandadas por alienígenas. A verdade é que embora a maioria dos avistamentos possam ser esclarecidos, um pequeno percentual continua sem explicação. Naturalmente, tendo de acreditar que são naves extraterrestres que há anos nos visitam, uma pergunta nos intriga: por que já não entraram em contato conosco? Quem assiste com frequência documentários sobre contato extraterrestres toma conhecimento de grande quantidade de fatos que fogem a explicação simplista dos céticos. Existem provas materiais, vestígios de aterrissagem. Há relatos de pessoas supostamente abduzidas e submetidas a experiência e a introdução no corpo de objetos que foram posteriormente extraídos. Por outro lado, existem depoimentos de pilotos de aviação civil e militar, profissionais capacitados a diferenciar uma nave pilotada por uma inteligência de um balão ou qualquer outro artefato.
Enquanto persiste o mistério a respeito, vivemos no presente a expectativa de uma definitiva revelação por parte da NASA. Acredita-se que os americanos além de disporem de matéria recolhida de naves alienígenas que sofreram pane, tomaram conhecimento de algumas descobertas cientificas, fato que explicaria o porquê do rápido salto da ciência nos últimos anos. Diversas são as especulações a respeito.
Voltemos ao ceticismo dos astrofísicos sobre a possibilidade dos ÓVNIS serem comandados por inteligência extraterrestre em virtude da enorme distancia que nos separa. Achamos que essa dúvida procede de um setor improprio e incompatível com suas pesquisas e sopros de imaginação recheados das mais absurdas fantasias teóricas da física que apontam o caminho para contornar as grandes distancias. A mais conhecida , o chamado buraco de minhoca que ligaria os extremos, seria um atalho no espaço e tempo para se chegar aos confins do universo. Será que esse conhecimento tecnológico, para nós apenas é uma ficção de remotas possibilidades que venham a se concretizar, não seja uma realidade entre os alienígenas? No que diz respeito à nossa estranheza em não querer o extraterrestre ter o contato direto conosco, achamos que devemos tirar da cabeça a mania de sermos o paradigma de tudo. Isso porque se aqui na terra temos os mais disparatados costumes entre os povos, como podemos entender as razões dos prováveis alienígenas? Não há nenhuma dúvida, se de fato existem, seus conhecimentos estão a anos luz dos nossos.
Enfim, o que nos responderia Deus à pergunta acima? O Mundo foi criado ou é eterno? Deus tem vontade e tudo decide como quer ou o mundo a ele alheio, obedece ao rígido determinismo como lei eterna do universo? A característica dos mistérios é que eles comportam argumentos opostos que são igualmente verossímeis. A ordem universal, por exemplo, convence-nos da existência de um ser ordenador. A proposito, dizia Voltaire, era impossível imaginar o relógio sem a existência do relojoeiro. Por outro lado, afirmava Spinosa que Deus pensa mas não tem vontade, pois se tivesse podia a qualquer momento mudar as leis universais, o que não acontece. Não parecem ambas verdadeiras?
Concluindo, perguntamos: o que representa a terra no cenário universal? Uma insignificância. Por que então, não bastasse a sua pequenez, ter sido a única sacramentada com vida inteligente? As probabilidades matemáticas, frente à incomensurabilidade do universo, repelem essa exclusividade, fato porque, dentro da mais perfeita razão, acreditamos não estarmos sós no universo.