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Alagoas

Estado pode firmar acordo de cooperação técnica com Japão

Benefícios da própolis vermelha incluem as ações antimicrobiana, anti-inflamatória, antiviral, anicarcinogênica e imunomodulatória

Uma missão japonesa formada por dez empresários e estudiosos da própolis vermelha visitará Alagoas, no próximo dia 19, quando se reunirá com professores e pesquisadores da Universidade Federal e Alagoas (Ufal) e Universidade de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal).

O encontro vai acontecer na Secretaria de Estado da Ciência e Tecnologia (Secti), no Centro de Maceió. Segundo a diretora de Política de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, Lenilda Austrilino, a comitiva quer conhecer a qualidade da própolis produzida no Estado, bem como as técnicas de produção. Do encontro, pode surgir um acordo de cooperação técnica entre Alagoas e Japão.

De acordo com ela, o Estado está fazendo o estudo do mapeamento da capacidade e potencialidade da produção; do controle de qualidade da própolis e outro do desenvolvimento dos produtos farmacêuticos e cosméticos. Segundo Lenilda, o interesse dos japoneses é conhecer o manejo adequado deste tipo de própolis, uma vez que estão focados na capacidade de exportação. Ela reforça que o mercado interno e o externo são exigentes quanto ao processo de produção. Alagoas, afirma Lenilda, exporta própolis vermelha para Minas Gerais (que produz somente a verde) e para o Japão.

“Em Minas Gerais, os produtores têm a própolis verde, sendo que a vermelha tem mais princípio ativo e um potencial de uso mais amplo”, reforçou. Já os japoneses, de acordo com ela, querem conhecer também quais plantas dão a própolis vermelha na região do mangue e a que distância da foz ela terá marcadores químicos de qualidade para ter o princípio ativo adequado ao fim a que se destina, a exemplo da fabricação de medicamentos. Para que o consumidor não corra o risco de ingerir água colorida ao invés do produto propriamente dito”, destacou.

De acordo com ela, o Estado tem em torno de 50 produtores atuando em áreas de mangue do litoral Norte e Sul, nos trechos que vão de São Miguel dos Milagres a Coruripe. Os produtores alagoanos fabricam o elixir e o melito e querem produzir também pomadas e cosméticos. Estudos estão sendo feitos no Estado para atingir este objetivo.

Cooperação Técnica — Na reunião entre professores e estudiosos no assunto de Alagoas e a missão japonesa, na qual haverá a exposição de experiências entre as partes, pode surgir um acordo de cooperação técnica. “Eles vão mostrar o que estão pesquisando na área. Ventilamos a possibilidade de o Japão financiar pesquisas sobre o produto, de acordo com o interesse deles. Teremos o cuidado com as questões ligadas à propriedade intelectual da nossa biodiversidade. Não podemos deixar que a nossa própolis se torne mais conhecida no Japão que em Alagoas”

De acordo com Lenilda, a meta do Estado é, nestes dois anos, agregar valor à própolis e desenvolver produtos que devem gerar patentes, elevando os indicadores da Ciência e Tecnologia de Alagoas. Segundo ela, o professor Zenaldo Porfírio, da Uncisal, está realizando os testes de uma pomada para queimados, a qual tem apresentado em congressos acadêmicos. O produto tem se mostrado eficaz no tocante à cicatrização de queimaduras.

Os benefícios da própolis vermelha incluem as ações antimicrobiana, anti-inflamatória, antiviral, anicarcinogênica e imunomodulatória, demonstrando o poder terapêutico da própolis em substituição aos medicamentos convencionais. Segundo a câmara técnica de medicamentos fitoterápicos da Anvisa, a própolis é um produto natural de características resinosas e composição variável, coletada de várias espécies vegetais e que sofre adição de secreção de abelha. A própolis é classificada como um opoterápico que, como qualquer medicamento comercializado no país, necessita de resquisitos mínimos de qualidade.

Na reunião, haverá apresentação de projetos dos professores Ticiano Gomes, da Ufal; Zenaldo Porfírio, da Uncisal; Bruno Cabral, Mário Calheiros e Reginaldo Lira, da Coopmel e Júlio Cear Andrade e Wirla Gonçalves, da Ufal. Eles vão expor as pesquisas que estão desenvolvendo na área e discutir a possibilidade de firmar o acordo de cooperação técnica.

Devem participar do evento representantes da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Energia e Logística; Cooperativa Internacional do Estado; pesquisadores da Uncisal e da Ufal que já têm trabalhos com própolis vermelha e representantes de produtores de própolis da Cooperativa de Produtores de Mel (Coopmel).