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Cultura

Espetáculo baseado em conto de Graciliano Ramos encerra temporada do Quarta no Arena

Espetáculo homenageia os 60 anos da obra de Graciliano Ramos

A sexta temporada do projeto Quarta no Arena está chegando ao fim nestas duas próximas semanas, quando será encenado o espetáculo “Insônia”, conto de Graciliano Ramos, encenado pela Cia da Meia-Noite, no Teatro de Arena Sérgio Cardoso (anexo ao Teatro Deodoro). Os ingressos a preços populares podem ser adquiridos a R$ 3 e R$ 6. As sessões acontecem nos dias 8 e 15, sempre às 19h.

Até agora foram nove espetáculos, cada um sendo apresentado por duas semanas consecutivas. O programa levou este ano um público de aproximadamente 3 mil pessoas por sessão ao Teatro de Arena.

O Quarta no Arena apresentou nesta temporada uma grande variedade de encenações e textos. Por meio de ingressos populares, o alagoano comum pôde ter acesso a cultura e os grupos tiveram uma renda garantida através da bilheteria dos espetáculos.

“Insônia” – Há 60 anos, Graciliano Ramos (1892-1953) lançava seu único livro de contos: “Insônia” (1947). Antes do lançamento do livro, o mestre Graça já tinha feito “Histórias Incompletas” (Um Ladrão, Luciana, Minsk, Cadeia, Festa, Baleia, Um Incêndio, Chico Brabo, Um Intervalo, Venta-Romba.

No conto “Insônia”, o único personagem narra, em primeira pessoa, delírios que o fizeram despertar. Durante a noite o personagem narrava a dúvida obsessiva entre um “sim” e um “não”, frustrando a vontade de dormir.

Já o espetáculo “Insônia” traz aos palcos o que, durante 60 anos, tirou o sono de apenas leitores. Os delírios que despertaram seu único personagem, agora serão inoculados, como um poderoso estimulante, nas veias de um novo público, de um novo espaço: o teatro.

O espetáculo é realizado em precisos 60 minutos. A duração é proposital, pois, além de fazer uma alusão aos 60 anos da obra, refere-se às divisões básicas de tempo (60 segundos = um minuto; 60 minutos = uma hora). Simbolicamente, o relógio e seu “tic-tac” (segundo Graciliano, um “sim-não”), para um insone, é uma verdadeira tortura.