Mães, pais, tias, tios e avós das crianças portadoras de microcefalia que fazem parte do grupo “Ciranda do Cuidado” da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), receberam orientações sobre saúde bucal para seus pequenos da odontopediatra, doutora Ana Lídia Costa, servidora pública e professora de graduação e mestrado da Unit. O encontro ajudou a eliminar alguns “medos” por parte dos cuidadores e ensinou, na prática, como cuidar da higiene bucal da forma correta.
A professora esclareceu que por ter a mandíbula diminuta, as crianças com microcefalia têm maior dificuldade na mastigação e deglutição, e por isso há predominância da alimentação ser pastosa, o que facilita, segundo Ana Lídia, a aderência aos dentes. Ela também destacou que nessas crianças também é percebido o nascimento tardio dos dentes de leite.
De acordo com a especialista, a criança alimentada no peito da mãe recebe mais estimulação do que aquelas que usam somente a mamadeira. No nascimento dos primeiros dentinhos, que surgem entre os 5 e 6 meses nas meninas e entre os 6 e sete meses nos meninos, eles têm mais irritação, mais salivação, podendo ficar com a boca um pouco inchada e ter uma febrícula de (37,5 graus).
A especialista explicou que as crianças ainda sem dentes ou com os dentinhos da frente precisam limpar a boca uma vez ao dia. “Sugiro que essa higienização seja feita no horário do banho, para que o bebê associe que aquela é a hora da limpeza geral”. O ideal é que essa limpeza seja feita com o dedo enrolado numa fralda ou gases umedecidas com água fervida ou filtrada. “Deve ser limpo com delicadeza e cuidado, a gengiva, a língua e o céu da boca”, complementa o ensinamento, a doutora Ana Lídia.
Para as crianças que mamam à noite ou de madrugada, seja com leite materno ou o leite artificial, a orientação é que após o alimento seja oferecida água para não causar cárie.
Quando começarem a nascer os dentes da parte detrás tem que usar a escova com pasta de dente. “É importantíssimo que essa escova tenha uma cabeça pequena, cerdas macias e um cabo longo para que a mãe ou quem faça a higiene, possa manipular o objeto na limpeza. A quantidade de pasta de dente deve ser pouquíssima, o equivalente a um grão de arroz cru”, elucida a odontopediatra.
Durante o encontro, algumas das mães se voluntariaram para que a dentista ensinasse as outras mães presentes como fazer a higiene bucal de seus filhos e filhas.
A equipe da Ciranda do Cuidado presenteou as mamães com pasta de dente com flúor, gases e espátulas de madeira para que elas pudessem fazer o chamado “abridor de boca” de seus pequenos, no caso de rigidez muscular para ajudar na abertura da boquinha na hora da escovação ou limpeza.
