Já se vão sessenta anos e a Espanha não sabe o que é terminar um Mundial entre os quatro primeiros colocados. Agora, a “Fúria” nunca esteve tão perto de igualar a marca conquistada em 1950, no Brasil. Contra o Paraguai, um adversário teoricamente mais fraco, a atual campeã da Eurocopa quer seguir mostrando maturidade para não deixar o sonho escapar em mais uma reta final.
A melhor colocação da Espanha em uma Copa do Mundo foi o 4.º lugar, em 1950. Um triunfo neste sábado, às 15h30 (de Brasília), no estádio Ellis Park, em Johannesburgo, já deixará a seleção de Xabi, Villa e Casillas na história de seu país. Depois, o que vier servirá para consagrar uma equipe que preza pelo toque de bola e sempre busca o gol.
Motivação é o que não falta na equipe européia. Apesar do tropeço na estreia (derrota para a Suíça), o time se recuperou e venceu as três partidas seguintes. Agora, só tenta não repetir o drama de Copas anteriores.
“Essa oportunidade não vem com frequência e deve ser aproveitada”, disse o zagueiro Puyol. “Estamos em uma situação em que sentimos que podemos fazer história. Estamos conscientes de que podemos fazer algo importante para o nosso país”, falou Fabregas.
Considerado por muitos como o futebol mais vistoso do planeta, a Espanha passou meses na liderança do ranking da Fifa e perdeu a primeira colocação para o Brasil pouco antes da Copa. Mas são as estatísticas de Mundiais antigos que a assombram. E o rótulo de time bom e fracassado seguirá até que o título apareça. Nas quatro vezes em que chegou às quartas de final – em 1950, quatro equipes avançaram direto a um turno final após a primeira fase -, a Espanha foi derrotada em todas elas: 1934, 1986, 1994 e 2002. Fracasso novamente? Não desta vez, aposta o elenco.
Já o Paraguai não esconde que o favoritismo está todo com o adversário e pretende surpreender com muita marcação no meio de campo. A ordem do técnico Gerardo Martino é não deixar os espanhóis trocarem muitos passes para neutralizar a principal arma rival. Pela primeira vez nas quartas de final, os paraguaios sonham mais alto. “São 90 minutos e no futebol qualquer resultado é esperado”, afirmou o treinador. “Não ganha apenas aquele que é o melhor. Tem de manter a compostura, saber que se está em uma ocasião única e ter coração”.
Ficha técnica
Paraguai x Espanha
Paraguai – Villar; Alcaraz, Da Silva, Morel e Bonet; Ortizoga, Vera, Riveros e Benítez; Santa Cruz e Lucas Barrios. Técnico: Gerardo Martino.
Espanha – Casillas; Sergio Ramos, Pique, Puyol e Capdevila; Xabi Alonso, Xavi, Iniesta e Busquets; Fernando Torres e David Villa. Técnico: Vicente del Bosque.
Árbitro – Carlos Bartes (Guatemala).
Horário – 15h30 (de Brasília).
Local – Estádio Ellis Park, em Johannesburgo (África do Sul).