As escutas telefônicas, previamente autorizadas pela justiça, comprometeram significativamente a vida do atacante Adriano, que recentemente trocou o Flamengo pela Roma e vem sendo investigado pelo suposto envolvimento com traficantes de uma conhecida favela do Rio de Janeiro, segundo informou a imprensa carioca neste sábado.
Algumas ligações colocaram o Imperdor em situação embaraçosa. Leiam algumas delas. “Não esquece amanhã cedo de ir lá trocar o negócio [cheque no banco]. Para dar logo essa parada, esse bagulho, para os caras lá”, pediu Adriano a um de seus primos, em uma das conversas gravadas pela Polícia dezembro do ano passado.
Noutro contato telefônico, Adriano diz ao mesmo primo que só tinha R$ 30 mil disponíveis no banco, mas que o cheque tinha sido preenchido com o dobro, R$ 60 mil.
“O Marcos, lá do banco, ele ‘tá’ procurando ver se consegue o dinheiro, porque ele só tem 30 lá. Aí ele falou: ‘Pô, Adriano, só tenho 30 aqui, faz um cheque de 30’. Não, o problema é que eu fiz um cheque de 60. Aí ele: ‘Tranquilo, então eu vou tentar ver aqui e te falo’. Espera ele me ligar pra ver se consegue esse dinheiro e eu te ligo”, comenou.
Na última quarta-feira, o atacante se apresentou ao Ministério Público do Rio de Janeiro, onde foi convovado para depor por quase duas horas sobre as chamadas rastreadas pela Polícia desde dezembro do ano passado, como parte de uma investigação sobre o tráfico de drogas em três favelas da cidade.
A suspeita é de que o dinheiro foi entregue a Fabiano Atanasio da Silva, conhecido como “FB” e apontado como o chefe do tráfico de drogas na favela da Vila Cruzeiro, onde nasceu o jogador.
Adriano negou qualquer tipo de envolvimento com os supostos traficantes, mas admitiu ter sido procurado por “FB” para “ajudar” na organização de uma festa para crianças carentes do bairro.
O Ministério Público, no entanto, qualificou como “estranho” o fato de que o jogador não tenha sido indiciado depois que a própria Polícia pediu para quebrar o sigilo telefônico e bancário do jogador.
O artilheiro do Campeonato Brasileiro em 2009 também deverá comparecer à delegacia de Polícia para dar explicações sobre umas fotos publicadas pela imprensa local nas quais ele aparece posando com fuzis.