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Penedo

Áudio: Escola Municipal é o retrato do descaso e abandono em Penedo

Escola deve ser reformada ainda em 2012

Abandono, riscos e depredação. Assim podemos resumir a atual situação da Escola Municipal Douglas Apratto Tenório. A unidade de ensino somente em 2012 obteve uma queda nas matrículas em torno de duzentos estudantes, que migraram para outras instituições devido a falta de interesse em continuar frequentando as sujas e depredadas salas de aula daquela que deveria ser a maior do município também em número de matrículas.

De acordo com o secretário escolar, Jorge de Carvalho, homens da comunidade invadem a escola para ocupar a quadra, principalmente nos finais de semana, quando a unidade deveria ser melhor monitorada pela empresa de segurança eletrônica que presta serviço ao município. “Temos que escorar um monte de objetos no portão dos fundos devido a ação dos indivíduos que entram tranquilamente na escola. Quando tínhamos vigia no final de semana até que inibia, mas agora é complicado”, desabafou o secretário.

Jorge revelou ainda que as pessoas que frequentam com assiduidade a quadra da escola já levaram inclusive um poste de estrutura metálica que suportava um refletor. O muro também foi destruído e muitas pedras são arremessadas constantemente no telhado, atitude irresponsável que gera risco tanto para professores quanto para os alunos que podem ser atingidos. “Quando os alunos chegam perto deles, mandam voltar porque vão usar a quadra, isso durante a semana mesmo, algo que não é constante, mas acontece e revela a insegurança a que somos expostos “, afirmou Jorge.

Triste com a situação vivida no Douglas Apratto Tenório, uma professora apontou para o bebedouro da escola, escorado com um pedaço de madeira para que a bandeja não desabe. Algo que não foi possível evitar na sala da direção aonde o forro veio abaixo. Na sala ficam mais de 400 notebooks do projeto UCA – Um Computador por Aluno, máquinas que nunca foram utilizadas devido ao preenchimento dos requisitos do MEC que requer salas climatizadas e forradas, algo muito distante da realidade da escola nos dias atuais.

Riscos

Para atender as exigências do MEC para a execução do projeto UCA que deveria estar em funcionamento na unidade de ensino, várias tomadas foram colocadas com a fiação exposta nas salas de aula, algo que submete as crianças ao risco de um sério acidente com choque elétrico. “Infelizmente essa é a situação aqui. Creio que seria muito importante retirar ou embutir essa fiação, pois nossa preocupação é gigantesca”, declarou uma professora.

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Em recente entrega da reforma da Unidade Básica de Saúde do bairro Santo Antonio, localizada ao lado da Escola Douglas Apratto Tenório, o prefeito Israel Saldanha (DEM) disse que tem recebido muita cobrança da diretora Kátia Oliveira, pedindo na ocasião só mais um pouco de paciência para que a reforma do prédio possa ser feita. Em Penedo, quando fala-se de educação, somente a reforma da Escola Manoel Soares é lembrada, parecendo inclusive que toda a rede educacional resumisse apenas a reforma de uma única escola.

Outros Problemas

Na gestão do ex-secretário Ronaldo Vicente a energia elétrica da Escola Municipal Costa Mangabeiras foi desligada por falta de pagamento da prefeitura de Penedo à Eletrobrás Distribuição Alagoas, que deixou as crianças sem as devidas aulas pelo escuro gerado no local. Atualmente a Escola Freitas Cavalcante vive um drama menor que o Douglas Apratto, no entanto, a situação é de medo e indignação por parte de professores, pais e alunos.

Na escola a cozinha está interditada por falta de condições de uso. Quando chove as salas ficam inundadas e força a suspensão das aulas como relatou o vice-diretor Antunes Sansão. Na escola o recesso foi inclusive adiantado para que os problemas fossem solucionados, algo que não adiantou. “No Freitas a situação está feia, mas manda quem pode e obedece quem tem juízo”, lamentou um pai de aluno.

Segundo a atual Secretária Municipal de Educação, professora Lúcia Regueira, os problemas na unidade de ensino não foram resolvidos ainda pela falta de mão de obra na cidade ribeirinha. Em conversa por telefone, a secretária disse que a procura por pedreiro tem sido grande, e qualquer profissional que esteja com tempo para encarar o desafio de reparar os problemas da escola podem se dirigir até a secretaria de educação para que possam ajudar na rápida solução dos problemas que afligem a todos que trabalham e estudam na Escola Municipal Freitas Cavalcante.