O Ministério da Saúde do Haiti informou hoje (17) que aumentou para 1.039 o número de mortos em decorrência da epidemia de cólera. Há cerca de 17 mil pessoas hospitalizadas devido à contaminação da doença. Até ontem (16), eram 917 mortos e aproximadamente 15 mil infectados. Os especialistas das Nações Unidas (ONU) advertiram que as recentes manifestações ocorridas no país atrapalham os atendimentos.
O chefe do escritório da ONU no Caribe, Nigel Fisher, afirmou que os protestos – que causaram duas mortes e mais de 20 feridos – dificultam as ações dos integrantes dos organismos internacionais. Segundo ele, há uma sobrecarga tanto no sistema público de Saúde do Haiti como também nos leitos oferecidos pelos organismos internacionais.
As manifestações foram motivadas pelas suspeitas de que a epidemia começou em tropas do Nepal que atuam nas forças de paz no Haiti. Revoltados, alguns manifestantes partiram para o ataque aos militares e houve os confrontos. A ONU confirmou que o tipo de cólera verificado no Haiti é o mesmo existente no Nepal. Mas as autoridades informaram não ter encontrado provas de que seus soldados sejam os portadores da doença.
A bactéria do cólera é transmitida pela água ou por alimentos contaminados e provoca febre, diarreia e vômitos, o que leva à desidratação severa. A doença pode matar em 24 horas, se não for tratada, mas pode ser controlada por meio de reidratação e de antibióticos.
A maioria da população do Haiti não tem acesso à água limpa, ao uso de sabão e ao saneamento adequado. Há receio de que o cólera se espalhe pelos acampamentos de sobreviventes do terremoto ocorrido em janeiro, onde vivem 1,1 milhão de pessoas.
O cólera já avançou do Haiti para a República Dominicana, país com o qual o Haiti tem fronteira terrestre. Um homem de 32 anos, de origem haitiana, foi internado num hospital da República Dominicana e está sob observação médica, contaminado com a bactéria.