Baianas da Melhor Idade se apresentam nesta quarta-feira, no jardim do Palácio
Elas são animadas e cheias de energia. As Baianas Mocidade da Melhor Idade, da cidade de Pilar, botam qualquer menino ou menina no chinelo em matéria de dança e disposição. Essas mulheres, com idade mínima de 60 anos, carregam no sangue – e na família – a tradição de um folguedo que mistura o maracatu de Pernambuco com elementos do pastoril e do coco de roda.
Todas as quartas-feiras, às 20h, os jardins do Palácio República dos Palmares ganham o colorido das fitas, lantejoulas, colares e a alegria dos grupos populares. Uma iniciativa da Associação de Folguedos Populares de Alagoas, (Asfopal), em convênio com a Secretaria de Estado da Cultura (Secult), que tem proporcionado noites encantadoras com a volta do Engenho de Folguedos, idealizado pelo saudoso professor Ranilson França.
As Baianas Mocidade da Melhor Idade existem desde 1989 e são comandadas por Benedita ou mestra Bida, como é conhecida. Sua história com o folguedo começou durante o período junino em Pilar, em que ela e mais outras companheiras já brincavam de dançar o côco de roda há anos. “Decidimos ensaiar o abaianado e logo montamos um grupo”, conta Benedita.
Formado por 19 baianas e três músicos, as dançantes capricham no figurino repleto de colares, brincos, pulseiras e saias rodadas. Os trajes em vermelho (encarnado) e azul lembram os cordões do pastoril e os passos acompanham as cantigas tradicionais ou improvisadas pela mestra. “Mocidade é treme terra, elas vão chegando agora, eu avistei Nossa Senhora, a padroeira do Pilar”, cantarola mestra Bida.
Para manter viva a tradição dos folguedos, Benedita tem ainda um grupo de pastoril e de côco de roda. Ela conta que a volta do projeto Engenho de Folguedos foi importante para manter viva a cultura popular nordestina e atrair admiradores. “Eu me esforço para trazer jovens para o grupo, mas eles não querem. Tenho medo que a tradição morra conosco”, lamenta a mestra.
Nunca é demais lembrar que o Engenho de Folguedos acontece nesta quarta-feira (6), com entrada franca e estacionamento próprio, às 20h, nos jardins do Palácio República dos Palmares, na Praça Floriano Peixoto, no Centro.
Por conta do projeto, o Museu Palácio Floriano Peixoto permanece aberto à visitação até as 21h. Informações pelo telefone (82) 3315 – 7874.