A CPI se reuniu no Plenário 14
O proprietário da empresa de engenharia Exergia Brasil, Taiguara Rodrigues dos Santos, negou há pouco que o seu contato com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) o tenha ajudado a conseguir contratos em Angola. Ele presta depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do BNDES.
Questionado pelo deputado João Gualberto (PSDB-BA), Taiguara afirmou que tem contato com o ex-presidente Lula, mas que não se considera amigo dele. Porém, confirmou que seu pai, Jacinto Ribeiro dos Santos, foi muito amigo do ex-presidente. “Lula foi casado com minha tia, irmã do meu pai”, explicou. Ele negou ser sobrinho de Lula, como noticiado pela imprensa, e confirmou ser amigo do filho de Lula Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, que o teria acompanhado em uma viagem a Cuba.
Taiguara afirmou que é vendedor desde os 14 anos, em Santos, e que não tem formação acadêmica: “Com o passar dos anos, foram aparecendo oportunidades, como a que me fez chegar aqui, a de trabalhar em Angola”. Ele disse ter sido convidado em 2007 por um empresário de São Paulo, Nivaldo Moreira, da companhia Morelate, para atuar no fornecimento de peças para ônibus e caminhões em Angola, juntamente com um empresário de Portugal, João Germano.
Abertura de empresa
Questionado pelo relator da CPI, deputado José Rocha (PR-BA), Taiguara confirmou que, em 2009, abriu a empresa de engenharia Exergia Brasil, com 49% da sociedade, para atuar em Angola. Ele afirmou ter tido problemas financeiros até 2010 e disse que entrou sem capital na empresa, para conseguir contratos.
De acordo com ele, os contratos em Angola foram obtidos por meio das pessoas que conheceu no país. Taiguara negou ter recebido propina em qualquer momento. E ressaltou que a ligação com Lula ou com o filho de Lula não o ajudou a conseguir nenhum contrato.
Segundo o depoente, o seu primeiro contrato com a empresa Odebrecht, para prestar serviço em Angola, foi de 280 mil dólares. Ele também confirmou um contrato de 750 mil dólares e negou ter fechado outro de 1 milhão de dólares, noticiado pela imprensa. “Esse projeto nunca andou”, disse.
“De 2011 a 2015, o faturamento da Exergia não chegou a R$ 2 milhões por ano. É uma empresa de porte pequeno. Infelizmente, não sou um grande empresário”, afirmou. Segundo ele, nesse período a empresa fez serviços exclusivamente para a Odebrecht.
Taiguara confirmou ser sócio de mais três empresas, mas disse que elas não atuaram em Angola. “Elas não estão em operação, só não estão encerradas,” destacou.
Bens
O depoente também confirmou a compra de um apartamento duplex, com financiamento da Caixa Econômica Federal, e de um carro de luxo da marca Land Rover. Porém, alegou que, de meados de 2014 até agora, vive em situação econômica difícil. “A Exergia Brasil está há muito tempo sem contratos”, disse.
A CPI se reuniu no Plenário 14
