Delegados disseram que crime passional está descartado
Os delegados da Polícia Civil José Carlos dos Santos e Antônio Henrique, concederam na tarde desta quarta-feira (11), no Complexo de Delegacias Especializadas (Code), em Mangabeiras, entrevista coletiva após prenderem um dos suspeitos da “Chacina de Guaxuma”, Charles dos Santos Muniz, de 25 anos.
O crime aconteceu no último domingo (8) e chocou o Estado pela forma brutal como foi praticado. Quatro pessoas da mesma família – um casal e duas crianças de nove e dois anos – além de deixar outro menor de cinco anos, gravemente ferido, foram assassinados a golpes de facão. O local das mortes foi o povoado Pescaria, Litoral Norte de Alagoas.
De acordo com os delegados, ainda não existe uma motivação exata para o crime e o empenho de todos os órgãos do governo foi essencial. O próprio delegado-geral da Polícia Civil, Paulo Cerqueira, participou da investigação e o secretário Alfredo Gaspar de Mendonça Neto vem dando todo o apoio necessário para a elucidação da chacina.
“A motivação ainda não está certa. A vítima, o caseiro Evaldo, não tinha indícios de ser usuário de drogas, nem traficante. Pessoas podem sofrer represália do tráfico de drogas por não colaborarem com eles. Achamos que a principal motivação seja oriunda do local que Evaldo [a vítima] morava, o povoado da Pescaria. Além do Charles, temos outro suspeito, Maikel, irmão do Charles. O exame de conjunção carnal foi realizado e estamos aguardando chegar, mas a princípio não houve estupro, embora a esposa de Evaldo tenha sido encontrada de calcinha”, explica o delegado Antônio Henrique, que conduziu a investigação da chacina.
Segundo ele, o crime passional está descartado, a não ser que surja um fato novo. “A partir da primeira prisão vamos saber se houve um mandante e vamos ter uma visão mais concreta do que aconteceu. Conversamos com o dono da casa e a conduta do caseiro não apresentava problemas”, completou o delegado.
A população foi essencial, por colaborar com as investigações através do disque-denúncia. Segundo o delegado José Carlos dos Santos, houve uma testemunha essencial. “Na madrugada de domingo, entre 4 horas e 4h30, a testemunha viu um homem atravessando a rua todo ensanguentado e assustado, com um facão na mão”, disse o delegado.
Os delegados informaram que não podem adiantar mais nomes, para que a investigação não seja prejudicada. “Inicialmente, tínhamos 11 nomes suspeitos. Com a testemunha e os disques-denúncias, chegamos a Charles, que foi preso no povoado São Bento, no município de Maragogi. Ele estava na casa de parentes,” revelou o delegado Antônio Henrique.
Charles Mendes não assume o crime, embora apresente uma lesão no meio do peito, com um corte que aparenta ser de lâmina. “O Charles está ligado ao tráfico de drogas e foi preso pelo homicídio de um indivíduo conhecido por “Chocolate”, crime ocorrido no início de 2015. No caso da chacina, estamos aguardando o mandado judicial para efetuarmos a prisão preventiva”.
