A face mais tocante da reconstituição dos vínculos familiares e sociais: O reencontro das mães reclusas com seus filhos. Desde o início do mês passado, essas cenas fortes ocorrem num espaço mais humanizado e lúdico no Presídio Feminino (Prefem), em Nossa Senhora do Socorro.
Graças a uma parceria com o Poder Judiciário, através da Coordenadoria de Mulheres e da Coordenadoria da Infância e Juventude, foi criado no início de março um espaço mais acolhedor, com uma brinquedoteca, para recepcionar os filhos das apenadas.
“Aqui, diante dessas cenas que presenciamos, está a relevância da sensibilidade social das magistradas Jumara Pinheiro e Iracy Mangueira, que respondem, respectivamente, pela Coordenadoria de Mulheres e pela Coordenadoria da Infância e Juventude. Somado ao propósito da ressocialização, que é o foco atual da Sejuc, estamos agindo positivamente na reconstrução desses vínculos”, afirma o diretor da unidade, o policial penal Augusto Henrique de Jesus.
De acordo com a secretária de Estado da Justiça e Defesa do Consumidor, Viviane Pessoa, evitar que as crianças frequentem o cárcere é determinante para o processo de ressocialização. “As mães já estão passando por esse processo de cumprimento de pena. O ambiente do cárcere é opressor e nosso papel é garantir que as crianças não sejam expostas a isso. Graças a esta ação, em parceria decisiva com o Tribunal de Justiça de Sergipe (TJSE), edificamos essa ambientação para oferecer um ambiente estimulante para as mães e seus filhos nesses reencontros”, enfatiza.
As visitas dos filhos menores ocorrem uma vez por mês, geralmente no primeiro final de semana, no sábado, para as internas dos pavilhões 1 e 2 e, no domingo, para as internas dos pavilhões 3 e 4.
Prestes a cumprir seu período de reclusão, a interna “Nair” (prenome fictício), relata a importância desse espaço para esses reencontros. “Eu tinha um misto de medo e vergonha em encontrar meu filho atrás de grades. Esse espaço nos traz a leveza para aproveitar cada segundo desses momentos. Ele já está contando que só faltam mais três encontros para que eu volte para casa”, relata a interna, cuja previsão que evolua para o regime aberto é em agosto.