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Cultura

Em Penedo, fé, poder e beleza contam a história do Brasil colonial

Altar esculpido em madeira com detalhes pintados de ouro - Igreja Nossa Senhora das Correntes

Uma viagem ao passado. Ao Brasil colônia de Portugal. Em que a ostentação da riqueza entre os mais abastados e os bastados, começava a ser diferente desde o simples telhado da frente de uma casa. Quando eira, beira e a tribeira, significavam riqueza. Tempo que os mais afortunados demonstravam seu poder, a sua riqueza, construindo templos religiosos, doando grandes quantias em dinheiro a Igreja, mandando esculpir verdadeiras obras de arte sacra para esses templos. .

A histórica Penedo é repleta de histórias e estórias, que permeiam os seus 376 anos de fundação. Entre os seus grandes templos religiosos, existem relatos em que irmandades dentro da própria Igreja, disputavam entre si para ver quem construía o mais belo templo.

Outro relato curioso é do historiador penedense Hernani Méro. Ele conta em um de seus livros, que onde se encontra a Capela de Santa Cruz, poderia ter sido um terreiro. Nas páginas, há uma narrativa, que um garoto viu um homem que dançava com os pés de cabra uma dança diabólica.

Aqui, podemos constatar altares de igrejas com detalhes pintados de ouro, igreja construída por uma única família. Influência arquitetônica dos estilos Barroco, Neoclássico, Dona Maria I e Rococó. Essa é Penedo, cidade alagoana que fica as margens do Rio São Francisco, e que é caracterizada por suas igrejas.

Catedral de Nossa Senhora do Rosário

Encravada na Praça Barão de Penedo, entre a prefeitura, o Oratório da Forca e a Casa da Aposentadoria, a igreja foi edificada ano de 1690. O templo possui influência arquitetônica do estilo Barroco em sua fachada. Em seu interior, com a assinatura de Aurélio Phidias, uma tela Neoclássica na capela do Santíssimo Sacramento merece atenção. Ainda em seu interior, um conjunto em madeira representa a Santíssima Trindade em estilo Rococó, doação do Barão de Penedo Francisco Inácio de Carvalho Moreira.

Convento Nossa Senhora dos Anjos

Em 1660 logo após a expulsão holandesa da cidade, os padres franciscanos fincam a pedra fundamental da construção do convento. O local para sua construção foi escolha do Frei Antônio dos Mártires, que em 17 de setembro do mesmo ano, recebeu a escritura de doação pela Câmara Municipal.

O templo tem estilo Barroco. O teto, pintura ilusionista, sua capela mor é separada por um arco cruzeiro, com o emblema da ordem, segurado por dois anjos. A decoração dos altares laterais são de madeira, em estilo Barroco e Rococó. A pintura ilusionista do forro tem a assinatura de Libório Lazdro Lial Afes de 1784. A sua fachada é toda decorada em pedra calcária.

Roberto Miranda - aquiacontece.com.brIgreja de São Gonçalo Garcia dos Homens Pardos

Em 1758 no lugar de uma antiga capela, foi erguida a igreja. A sua fachada é decorada em pedra calcária, com rendilhado em estilo D. Maria I. A nave tem dois púlpitos de estilo neoclássico, dois altares laterais da escola baiana. Na sacristia, em pedra calcária, possui um lavabo em pedra calcária em linhas Rococó. Nos altares colaterais possui imagens de semana santa em estilo Barroco.

Igreja Nossa Senhora da Corrente

O Capitão José Gonçalo Garcia Reis iniciou a construção em 1764, com o seu falecimento, o seu genro sargento-mor Jacinto Soares de Souza continuou. Com o falecimento de sua esposa Dona Ana Felícia da Corrente, a construção ficou parada por trinta anos. Então, o capitão-mor André de Lemos Ribeiro, a concluiu.

O templo tem grande semelhança com as igrejas mineiras. Uma porta central, nave única, capela mor e dois corredores laterais. A nave tem decoração em azulejaria portuguesa. Os púlpitos têm estilo neoclássico, e a nave é separada da capela mor por um arco cruzeiro. O retábulo da capela-mor é feito em madeira e com detalhes pintados de ouro, com camarim e estilo Rococó. O altar ainda possui imagens trazidas de Portugal em estilo Barroco.

Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos

A construção iniciou no ano de 1790. O seu interior é composto por uma única nave, corredores laterais e sacristia. A capela-mor tem retábulo em estilo Neoclássico, com uma imagem em madeira de Nossa Senhora da Assunção, do santeiro penedense, Júlio Phídias. A escultura foi encomendada pelo capitão João Otacílio de Azevedo e Silva.

Cone Freire - aquiacontece.com.brCapela de Santa Cruz

A simples capela é datada do ano de 1818, no bairro de mesmo nome. Sua construção permeia uma estória, contada pelo historiador Hernani Méro. Antes da sua edificação, teria sido um terreiro, em que um garoto afirma que viu um homem com pés de cabra. Após os relatos da criança, o terreiro teria sido destruído e em seu lugar, construída a igreja. No ano de 1907, o templo passou por uma grande reforma. Em seu interior, a imagem do Glorioso Bom Jesus dos Navegantes, santo celebrado pelos ribeirinhos e remeiros de todo o São Francisco, esculpida pelo mestre Cesário Procópio dos Mártires.

O pedido para esculpir essa imagem partiu através de uma desentendimento entre irmandades da Igreja. Até então, a festa era realizada no Convento Nossa Senhora dos Anjos, com um Cristo crucificado. Por razões desconhecidas, houve um desentendimento entre a Irmandade e o Superior do convento. E a festa deixou de ser realizada no local. Foi quando um membro da comissão da festa religiosa, fez o pedido ao mestre.