O tcheco Tomas Berdych escolheu o dia certo e o lugar correto para jogar o melhor tênis de sua carreira. O número 13 do mundo se tornou o primeiro homem a derrotar o suíço Roger Federer antes da final de Wimbledon em sete anos, ao marcar incontestáveis 6/4, 3/6, 6/1 e 6/4 e atingir a penúltima rodada de um Grand Slam pela segunda vez consecutiva. Seu adversário de sexta-feira será o sérvio Novak Djokovic, que agora também passa a ser o número 2 do mundo.
Desde que venceu Wimbledon pela primeira vez, em 2003, Federer só havia perdido uma partida no All England Club: a decisão de 2008 perante o espanhol Rafael Nadal. Ele somava cinco troféus consecutivos, façanha igualada à do sueco Bjorn Borg, e buscava neste ano o heptacampeonato e o recorde de troféus que pertence ao norte-americano Pete Sampras. No ano passado, ao conquistar Wimbledon, ele também entrou para a história como o jogador com maior quantidade de troféus de Grand Slam, ao atingir então a 15ª conquista.
Berdych só havia ganhado de Federer em dois de dez duelos anteriores, mas chegou para a partida desta quarta-feira com a recente vitória no Masters de Miami, em março. A principal qualidade, além do saque extremamente afiado, foi a postura sempre ofensiva de fundo de quadra, que permitiu a ele ganhar a maioria das trocas de bola a partir do segundo serviço. Mesmo cometendo mais erros não forçados – foram 23 contra 18 -, ele superou o adversário em winners (51 a 44) e principalmente no aproveitamento dos pontos após o primeiro saque (82% diante de 70%).
Aos 24 anos, o tcheco de 1,96m volta a viver um grande momento na carreira. Em 2007, ele havia entrado para o grupo do top 10, mas nunca conseguiu resultados constantes nos quatro grandes torneios. Até o ano passado, sua maior campanha eram as quartas de 2007 em Wimbledon. Somente em 2010, ele conseguiu superar esse limite e disputou há quatro semanas a semifinal de Roland Garros, onde só parou diante do sueco Robin Soderling.
Federer, por sua vez, completa cinco meses sem conquistar torneios. Desde que se tornou campeão no Aberto da Austrália, no dia 1º de fevereiro, só disputou outras duas finais e perdeu em Madri, para Nadal, e em Halle, diante do australiano Lleyton Hewitt. A queda na grama alemã havia sido uma surrpresa, já que era então apenas sua segunda derrota nesse tipo de quadra em sete anos.