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Maceió

Em congresso, Maceió apresenta perfil da população masculina

Tido como um dos mais importantes fóruns científicos da área em todo o mundo, o Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva (ABRASCO) contou, em sua 11ª edição, realizada no início deste mês, com a apresentação de trabalhos significativos da Diretoria de Atenção à Saúde (DAS) da Secretaria de Saúde de Maceió (SMS).

Na área de Atenção à Saúde do Homem, o trabalho “Morbidade e Mortalidade da População Masculina no Município de Maceió”, elaborado por uma equipe do DAS – Kathleen Moura dos Santos, Rita de Cássia Murta e a diretora Ana Flávia Melro – em parceria com a Coordenação de Análise Epidemiológica, por meio do coordenador Antônio Xavier Júnior e da técnica Cecília Lopes, teve como objetivo caracterizar o perfil epidemiológico da morbidade e mortalidade dessa parcela da população do município no período de 2008 a 2014.

Tendo como base os dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), o SINAN e o Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS), o estudo foi feito por meio das seguintes variáveis: faixa etária, raça, escolaridade, estado civil e tipo e local de ocorrência do óbito/nº de internações, entre outros.

Com um universo masculino definido pela faixa etária de 20 a 59 anos, o estudo constatou que o que mais tem causado morte entre os homens na faixa etária de 20 a 29 anos são as chamadas causas externas, que vitimaram 653 homens (44,39%) em 2014. Destes, 462 foram vítimas de agressões diversas e 130 de acidentes no trânsito. A maior incidência de vítimas por esse fator de risco (28,48%) foi registrada no 7º Distrito Sanitário (parte alta da cidade).

Como segundo maior fator de mortalidade na população masculina de Maceió, aparecem as doenças do aparelho circulatório (17,88%), seguidas das doenças do aparelho digestivo (10,40%). Os dados obtidos reforçam a tese de estudiosos do assunto e também do cotidiano da atenção básica no município de Maceió, que registra uma procura muito pequena dos serviços e cuidados preventivos de saúde por parte dessa parcela da população, o que sugere a necessidade de ampliação das ações da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem – principalmente no que diz respeito à prevenção de internações e óbitos – como já vem sendo realizado pela SMS, através da Coordenação de Saúde do Homem.

De acordo com a distribuição proporcional, o maior percentual de óbitos ocorreu entre homens pardos (73,17%), solteiros, na faixa etária dos 40 aos 59 anos (54,76%) e em ambiente hospitalar (55,43%). Já com relação às internações hospitalares, a principal causa se refere aos transtornos mentais e comportamentais (39,19%), seguida pelas causas mal definidas (13,63%) e doenças do aparelho digestivo (9,81%).

Com a apresentação, o estudo passou a fazer parte dos anais do Congresso Abrasco 2015, somando conhecimento aos debates e aprofundando as reflexões acerca do assunto, que integra a relação dos principais temas relacionados às condições de saúde da população.